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segunda-feira, 13 maio 2024
                             

‘Mito’ da Bola de Prata cuidava de gado por R$ 30/dia e apanhava da mãe quando ia jogar bola: ‘Levava cada surra’

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Redação PB Vale
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Nino completou 8 rodadas na Bola de Prata

O lateral direito Nino Paraíba, da Ponte Preta, é um verdadeiro “mito” no prêmio Bola de Prata ESPN Sportingbet até agora. Afinal, desde o início do Campeonato Brasileiro, ele é o único jogador que figurou na seleção do torneio em todas as oito rodadas da competição.

Vivendo o melhor momento da carreira aos 31 anos, Severino de Ramos Clementino da Silva teve que lutar muito para realizar o sonho de ser jogador de futebol. Durante a infância e adolescência em Aldeia Jaraguá, em Rio Tinto (PB), ele trabalhou em um ramo bem diferente para ajudar em casa.

“Antes de ser jogador, eu trabalhava com gado. Começava a tirar capim às 5h da manhã, limpava o gado, aí tomava café em casa, voltava e tirava mais capim. Cuidava do gado, almoçava, voltava e ia tratar do capim”, conta Nino, em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br.

“Depois, buscava o gado no mato… E essa era a minha rotina para ajudar a minha família. Recebia uns R$ 30 reais para cuidar de seis cabeças de gado”, recorda.

Além disso, o hoje ala direito não tinha o apoio da família para tentar virar jogador.

“Minha mãe não queria que eu jogasse futebol. Quando ela me via no campo, eu tomava uma surra. E levei cada surra (risos)! Eu saía escondido, mas, quando ela me descobria, eu apanhava (risos)”, gargalha o veterano.

Mas não tinha jeito: o destino estava traçado para que Nino se tornasse um veloz lateral direito.

“Quando fiz 16 anos, comecei a jogar em um time do meu bairro. Comecei a chamar a atenção de uns times do interior e aí tomei coragem para pedir à minha mãe para me dar a permissão de eu tentar virar jogador, porque até então eu jogava escondido. Por fim, Deus tocou o coração dela e ela permitiu, porque era meu sonho de moleque”, rememora.

O ala, inclusive, conta que chegou a profetizar que um dia vingaria no futebol.

Nino jogou 5 anos pelo Vitória

“Falava isso sempre pra minha mãe e meu tio. Quando eu tinha oito anos, eles estavam vendo TV na sala e eu disse: ‘Um dia vou ser jogador e vocês vão me ver na televisão’. Eles caíram na risada achando que não ia acontecer, mas minha vontade e a fé em Deus foram maiores do que tudo”, exalta.

“Depois, consegui realizar isso que profetizei quando era moleque. Só tenho que agradecer por tudo que está acontecendo na minha vida”, completa o atleta da Ponte.

Nino começou a jogar por um time local e um dia se destacou em um amistoso contra o América-RN. Foi chamado para os juniores da equipe, mas ficou só dois meses em Natal.

Na volta, tentou uma vaga para jogar a Copa São Paulo de Futebol Júnior pelo Botafogo-PB, de João Pessoa, mas novamente as coisas não deram certo. Nessa época, pensou em desistir.

“Voltei para casa e não surgia nada… Ia desistir da bola e fazer outra coisa, porque nada dava certo para mim. Eu pensava: ‘Faço teste, vou bem, mas não sou aproveitado. Nem treinando estou…'”, relembra o veterano.

Quem lhe abriu as portas foi a pequena Desportiva Guarabira, equipe fundada em apenas em 2005 que lhe acolheu.

“Fui convidado por um treinador, fiz um teste e joguei bem. Os torcedores ficavam pedindo pra eu ficar, porque eu bagunçava os zagueiros nos treinos (risos)”, diverte-se.

“Aí esse treinador que gostou de mim foi demitido na segunda-feira, acredita (risos)? Achei que iam me dispensar de novo… Aí fomos ver um jogo do Carlinhos Paraíba, que jogava no profissional e era da minha cidade. O presidente me chamou e mandou eu me apresentar na segunda, que iam ficar comigo. Foi uma felicidade enorme”, relata.

Nino parte para cima de Rafael Vaz, do Fla

Dali em diante, a carreira de Nino deslanchou. Da Desportiva, seguiu para o Náutico, passando depois por Sousa e Campinense, ambos de seu Estado natal. Em 2009, ele acertou com o Vitória, clube que defenderia por cinco anos e mais de 150 partidas.

Em 2015, foi emprestado ao Avaí e arrebentou, acertando em 2016 com a Ponte.

“De 2007 para cá, Deus abriu as portas para mim. Fui bem no Avaí, em 2015, fiz um excelente Brasileirão. Aí houve interesse de vários clubes, mas deu certo com a Ponte Preta. No ano passado, fiz outro Brasileiro bom, e também fomos bem no Paulista desse ano, indo até a final”, comemora.

Agora, Nino Paraíba quer seguir “voando” na equipe de Campinas para se manter na seleção da Bola de Prata até o fim do ano. “Estou vivendo momento abençoado. Cada jogo em que me destaco é fruto de trabalho. Batalhei muito para alcançar meus objetivos. Estão até chegando propostas de outros clubes, e é muito bom ser lembrado, porque isso significa que estou fazendo um bom trabalho. Este momento está sendo maravilhoso, e eu não podia estar mais feliz”, encerra.

Da ESPN

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