A política em Mamanguape está tomando um rumo perigoso. Escutando as rádios locais a gente sente isso.
Discursos inflamados, provocações despropositadas, e recheadas de impertinência, perigosas indiretas, visando atingir a honra de terceiros envolvidos no processo, estão assumindo o lugar do comedimento que o momento exige.
E o pior é o mau exemplo, perigosamente, se irradiando entre fiéis e desinformados seguidores.
Por exemplo:
Na minha condição de cidadão eleitor, fiz uns versos advertindo a população sobre o abandono da cidade. Além de postar na internet, mandei confeccionar alguns banners e coloquei em alguns locais públicos.
Pois, recentemente, num desses locais (Bar de dona Luíza), a obra apareceu violentamente cortada de faca.
Como sou contra todo tipo de violência que se possa evitar, a melhor forma que encontrei para rechaçar tal vandalismo, foi postando os versos novamente, como segue:
Mamanguape de A a Z
Atraso é a palavra
Que melhor se encaixaria
Pra definir Mamanguape
Nessa sua arritmia.
Bem que eu preferiria
Não insistir nesse tema
Mas minha livre expressão
Não me permite essa algema.
Como fez o beija flor
No incêndio da floresta
Não abrirei mão da minha
Participação modesta.
Denunciarei, de pronto,
Com responsabilidade
Essa extinção sumária
Da nossa maternidade.
Enquanto eu vida tiver
Não levo na brincadeira
E nem vou me acostumar
Com os urubus da feira.
Falsas promessas, mentiras
E a corrosão das traças
Jamais deixarão trazer
De volta as nossas praças.
Gasta-se tanto dinheiro
E é aí que está o nó
A buraqueira nas ruas
Parece um buraco só.
Hospitais fecharam dois
E o “Sertãozinho” morreu
Nosso carnaval murchou
E a violência cresceu.
Insuportável atraso
Que danifica a imagem
De uma cidade que é vítima
De tanta politicagem.
Jamais hei de acreditar
Em nova perspectiva
Porque a culpa não é
Só administrativa.
Lamento pensar assim
E a ninguém peço desculpa
Nem desculpo os culpados
A quem atribuo à culpa.
Minha esperança zerou
E minha expectativa
Em curto ou em médio prazo
Não é lá tão positiva.
Não tenho em quem confiar
Pois não há nada de novo
Nenhum projeto viável
Em benefício do povo.
Oremos contra o descaso
Que mais parece um agouro
Não há jeito que dê jeito
É da feira ao matadouro.
Parece até coisa feita
Coisa assim, proposital,
Abandonaram de vez
Nosso Horto Florestal.
Quem usa sabe o que é
Durante toda a semana
Enfrentar em Mamanguape
A mobilidade urbana.
Reforçando o que eu já disse
Sobre o nosso viaduto
A entrada da cidade
É desprezo absoluto.
Se quiser ver mais detalhes,
Que o desprezo continua
É só dar uma voltinha
Olhando de rua em rua.
Terá surpresa e verá
De forma involuntária
Que o antigo “Bar de Souza”
É a nossa Rodoviária.
Uma vez que está surpreso
Procure entretenimento,
Lazer, cultura e se informe
Como anda o esgotamento.
Você que ama essa terra
Que sente indignação
Há de concordar comigo.
Tenho ou não tenho razão?
Xodó desde a minha infância
Mamanguape é meu encanto
De tanto amar essa terra
Nem todo filho ama tanto.
Zero é a nota que dou
Por essa triste evidência
E dou zero ao incompetente
Pela sua incompetência.
Por Sebastião Gerbase (Basinho)