Dez países estão empenhados na busca ao submarino argentino San Juan, que desapareceu há seis dias no Atlântico. A maior preocupação é com a reserva de oxigênio a bordo.
A terça-feira (21) começou com esperança para as famílias dos tripulantes do San Juan. Botes salva-vidas e sinalizadores foram encontrados na área de buscas pelo submarino, desaparecido há seis dias. Mas, logo depois, o porta-voz da Marinha argentina desmentiu que eles pertencessem ao San Juan.
Os parentes continuam acreditando que tudo vai acabar bem. O San Juan desapareceu no dia 15 de novembro quando navegava de Ushuaia para Mar del Plata. Na sua última posição conhecida, a embarcação estava no mar argentino, a 460 quilômetros de Puerto Deseado.
O San Juan é um dos três submarinos da frota argentina, de fabricação alemã. Tem 65 metros de comprimento, sete de largura e leva 44 tripulantes, entre eles, a primeira mulher submarinista da América do Sul, Eliana Maria Krawczyk, de 34 anos.
Navios e aviões da Argentina e de outros nove países participam das operações em uma área de aproximadamente 500 mil quilômetros quadrados: uma região com ondas de até sete metros e ventos de 80 quilômetros por hora.
Nesta terça-feira (21), o Jornal Nacional embarcou no submarino Timbira, da Marinha Brasileira, que é da mesma categoria do San Juan. O espaço interno de um submarino convencional é apertado, espremido. Por isso, em caso de emergência, a tripulação tem que estar muito bem treinada para evitar atropelos. E em uma grande emergência ou em uma situação de perigo real, o que a maioria das pessoas quer saber é quanto tempo de oxigênio a tripulação dispõe enquanto o submarino está no fundo do mar, e não consegue vir à tona. Nesse caso, a tripulação tem que ficar de olho em dois medidores, no de gás carbônico e no de oxigênio.
“Não é possível responder com exatidão. O que podemos inferir, a partir das experiências e dos projetos usuais nos padrões convencionais, é que esse parâmetro deve ser em torno de duas semanas”, explicou o comandante do submarino Timbira, capitão de fragata Leonardo Braga Martins.
Desastres com submarinos não são comuns. O último grande caso aconteceu há 17 anos. Em agosto do ano 2000, o submarino nuclear Kursk, considerado o orgulho da Marinha Russa, afundou no mar de mar de Barents depois de uma explosão interna, matando os 118 tripulantes a bordo.
Uma das maneiras de escapar de um submarino com problemas é usando uma roupa especial que ajuda a flutuar. Em maio de 2014, o repórter Ari Peixoto participou de uma operação simulada, em uma profundidade de 20 metros.
“Existem registros de escape durante exercícios que excederam a profundidade de 150 metros. Mas a medida em que o escape ocorra em profundidades maiores, os riscos das doenças descompressivas ao atingir a superfície se tornem maiores”, disse o comandante Leonardo Braga Martins.
O tempo na região das buscas está melhorando, o que pode facilitar a localização do San Juan.
“Sempre com a esperança de que eles possam ser salvos e possam regressar para suas casas em segurança”, declarou o comandante.
Jornal Nacional