Ah! Esse eu conheço… Contemporâneo velho de guerra! Naquele tempo (de tão insignificante que era a nossa intimidade com dinheiro), a gente fazia vaquinha para comprar uma meiota de “Sedução do Sorriso”, a melhor cachaça da região, fabricada no engenho do coronel Milton Cartaxo.
O caminho era estreito e cheio de obstáculos, mas ele nunca foi de fraquejar… Nem de se acovardar. Pagou caro por ser autêntico, mas pagou, com juros e correção.
Quando adolescente, foi eleito vereador de Mamanguape, o mais votado, apoiado pela família Fernandes de Lima. A falta de vocação para a subserviência fez ecoar – de logo – o seu grito de independência política.
Passou a fazer oposição àquele grupo empresarial, sem levar em conta a estratosférica distância sócio/econômico/financeira, que separa o plebeu do usineiro. Nunca foi perdoado por isso. Daí por diante, carimbaram o estigma de que ele não era uma pessoa do bem, sob os argumentos de que era um moleque, arruaceiro, atrevido e outros maledicentes e improváveis adjetivos. Uma estratégia política que funcionou até certo ponto… Até antes da consolidação do sucesso da última eleição – digamos assim!
A falta de criatividade dos seus adversários, na última campanha, os levou a escorregarem nas cascas de banana que eles próprios espalharam pelo caminho. Não tendo o que dizer, negativamente, da candidata Eunice, centraram suas preocupações no marido dela, o Quequinha, repetindo uma cantilena, vencida e sem eco. Por trás disso o medo da austeridade e da honestidade do dito cujo.
Aí deu no que deu: Eunice eleita, a primeira prefeita de Mamanguape, graças aos incontáveis anos de persistência de Quequinha. Uma longa batalha, que, diga-se de passagem, culminou com o seu sucesso.
E esse negócio de dizer que Quequinha é quem vai mandar na prefeitura, não procede. Mas eu acho que é preciso, é justo, e ele deve mandar… Também! Uma vez que eles são um casal unido, inteligente, e bem intencionado.
Por Sebastião Gerbase (Basinho)