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segunda-feira, 20 maio 2024
                             

Por Marinho Mendes: NA PARAÍBA SEGURANÇA NÃO É PRIORIDADE

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Marinho Mendes Machado
Marinho Mendes Machado
Marinho Mendes é um homem que nasceu numa casa de chão batido, passou fome, trabalhou no roçado, foi ajudante de caminhão, servente de pedreiro, empregado doméstico e soldado, cabo e sargento do Exército. Marinho Mendes é fruto de um milagre, faltou pouco para que o mundão maldito lhe abocanhasse, seus contemporâneos, todos já foram mortos pela violência desenfreada que grassava a sua cidade. Ele é Bacharel em Direito, Teologia e História. É cidadão do povo de Guarabira e região, com vários prêmios doados pelos movimentos sociais, além de ser ganhador de uma menção honrosa do Prêmio Innovare. Finalmente, é Promotor de Justiça e coloca seu mister em favor dos sem nada, dos invisíveis de toda à sorte. Orgulhosamente, também agrega o cargo de Conselheiro Estadual dos Direitos Humanos.
Marinho Mendes Machado, Promotor de Justiça e Conselheiro Estadual dos Direitos Humanos.
Marinho Mendes Machado, Promotor de Justiça e Conselheiro Estadual dos Direitos Humanos.

É lamentável chegar-se à real constatação de que segurança na Paraíba não é prioridade de governo e a afirmação encontra arrimo e sólido sustentáculo nos fatos a seguir delineados:

EM 4 ANOS A ÁREA DE SEGURANÇA NÃO FORMATOU QUALQUER PROJETO – Pois bem, durante os quatro anos do primeiro governo, aquele em que esperávamos um verdadeiro choque administrativo, infelizmente não foi gestado nenhum projeto de governo de segurança pública, nada foi feito de concreto para reduzir a criminalidade, até o pacto pela vida é fruto da sociedade civil, não é proposição do governo não, vários Conselheiros Estaduais dos Direitos Humanos e a sociedade civil organizada, a exemplo de Nazaré, Pereira, Pe. Bosco, Guianny, Duciran Farena, Valdênia e outros participaram da elaboração desse plano que nunca foi retirado da gaveta, talvez vá dormitar sono eterno nesse compartimento e por isto afirmamos: segurança pública na Paraíba não é prioridade.

ALGUMAS MEDIDAS COPIADAS DE PERNAMBUCO, UM FIASCO – O que vimos foram cópias vetustas de medidas arcaicas e já ultrapassadas levadas a termo no Estado de Pernambuco há mais de 20 anos, a exemplo da Guarda Militar da Reserva, Serviço Remunerado, medidas ruins para a tropa e para a população, pois uma Guarda da Reserva impede a renovação dos quadros da Polícia Militar, já que essas vagas que deveriam ser oferecidas a jovens são ocupadas por policiais inativos, desestimulados por soldos pequenos que os obrigam a retornar aos quartéis, além do serviço remunerado, que suga as forças desses policiais que cansados dormem dentro das viaturas e a sociedade é a grande perdedora com essa medida.

OS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO ATERRORIZAM TODO O ESTADO – Esta assertiva é séria e verídica, em qualquer lugar deste Estado as pessoas se sentem imensamente inseguras, na Zona Rural de algumas cidades do interior as famílias abandonaram suas casas e foram embora, pois lá nos grotões todos os dias ocorrem assaltos espetaculares, é a moto, é o dinheirinho da venda de alguma produção agrícola que o marginal vai buscar e o povo não tem para onde apelar, em algumas delegacias não existe sequer uma pessoa para atendê-lo, quer um exemplo: Jacaraú, Curral de Cima, Lagoa de Dentro e Pedro Régis. Uma vergonha que demonstra que segurança na Paraíba não é prioridade.

CENTANAS DE CRIMES SEM AUTORIA – Centenas de crimes de homicídio estão sem autoria, a polícia não consegue apontar quem são os matadores e em alguns casos a própria família da vítima tem ciência, mas não é procurada e nem estimulada a tal, pois o Estado não lhes oferece nenhuma garantia. Há vários dias, fomos procurados por um pai, um professor pedindo socorro, pois haviam chacinado seu filho lá no Bairro do Valentina de Figueiredo, no entanto, os assassinos estavam soltos e bem livres. Esse grupo de matadores já destruiu a vida de vários outros jovens, é o mesmo que ceifou a existência de um atleta de jiu-jitsu na Praia de Intermares, em Cabedelo, omissão que só prova e comprova que segurança na Paraíba não é prioridade.

FECHAMENTO DE 33 DELEGACIAS – Senhoras e Senhores, se segurança fosse prioridade na Paraíba o governo não teria concordado com esse escândalo e mais, teria feito mais, teria exonerado na hora o autor da hedionda idéia, a de que à noite 33 delegacias não mais atenderiam as ocorrências? Esse governo não sabe que essa medida gerou desestímulo na Polícia Militar que é quem geralmente prende em flagrante, uma vez que se prender, o serviço estará prejudicado, pois terá que se deslocar de sua área de atribuições para outra e esperar até o dia amanhecer para ser atendida, geralmente sem nenhuma cordialiidade nessas delegacias de plantão, este é talvez o maior ato comprobatório de que segurança na Paraíba não é prioridade.

FORMAÇÃO DE GRUPOS PRIVILEGIADOS DENTRO DA POLÍCIA CIVIL – Tenho recebido informações documentadas de delegados de polícia inconformados com o tratamento que é dispensado a um grupo de privilegiados, os quais chegam a somar em seus contracheques valores superiores a R% 8.000.00 (oito mil reais) em relação a seus colegas, somente de gratificações, colegas que apesar de laboriosos, não formam nesses grupos de “notáveis”, me informaram que alguns deles dispõem de viaturas descaracterizadas para se deslocarem para onde quiserem, um privilégio somente para os chegados e demonstração inequívoca de que segurança na Paraíba não é prioridade.

NADA DE MUDANÇAS NO COMANDO DA SEGURANÇA PÚBLICA, UM CAMINHO EQUIVOCADO – Esta inércia na atitude de não mudar os chefes da área de segurança pública só demonstra que segurança pública na Paraíba não é prioridade mesmo, se fosse, a cúpula da segurança já teria sido afastada há muito tempo devido ao seu imobilismo, à sua estagnação, inatividade e letargia em combater o crime de forma eficiente, planejada, pensada e com projetos. A permanência do Secretário de Segurança Pública no comando da segurança pública da Paraíba foi um malogro para a população e um fracasso para os que sonham com segurança de verdade e a permanência do titular no cargo não é prova de que a coisa ta boa não, é demonstração incontroversa de que segurança pública na Paraíba não é prioridade, infelizmente.

Por Marinho Mendes Machado, Promotor de Justiça e Conselheiro Estadual dos Direitos Humanos

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