
Acho que estava tudo escrito: Colocaram nele o nome de João, e ele inventou de desaparecer do nosso convívio, logo quando estávamos todos, cada um no seu canto, comemorando festivamente o dia consagrado a São João.
João David não era um dos meus amigos mais íntimos, mas, com certeza, era um dos meus mais queridos amigos. Tínhamos uma convivência à distância, porém, uma amizade real, respeitosa, de mútua admiração! Uma amizade que se irradiava pelas duas famílias.
O João David era um ser humano extraordinário, um profissional sério e honesto, daqueles que exercia o seu ofício com responsabilidade, muita dedicação e um toque de amor; qualidades que herdou do seu velho pai, e que seguia à risca.
No exercício da arriscada função de “Repórter Policial e Social”, da Rádio Correio do Vale, a sua intimidade com o microfone fazia dele um brincalhão, sem perder a credibilidade das informações que transmitia, levando ao ar a sua prestação de serviços à sociedade.
No ambiente de trabalho ele era carinhosamente visto, recebido e aceito como o “velhinho” da equipe. E ele absorvia esse carinho, como sendo a sua principal remuneração (o salário moral), por estar ali fazendo (bem feito) o que mais gostava.
Ninguém é insubstituível, mas, a radiofonia paraibana perdeu um profissional inigualável. Pela intimidade no manuseio do microfone, e pelo amor com que abraçava o ofício como repórter, sua substituição não será uma equação tão simples.
Todos que conheciam o João David tinham-no na conta de um homem de bem, uma pessoa íntegra, um pai de família amoroso, merecedor da nossa admiração, principalmente pela evidente demonstração de amor eterno à sua querida “Licinha”, que Deus chamou primeiro, e com quem ele agora voltou a se emparelhar, num cantinho lá no Céu.
Por Sebastião Gerbase (Basinho)