
Eu nasci, cresci e me criei católico! Quando menino fui coroinha; ajudava nas celebrações das missas na Paróquia de Mamanguape. Convivi com vários sacerdotes, inclusive, alguns eram meus amigos, mesmo.
Por exemplo, o padre José Paulo de Almeida (pade Zé Paulo), vigário da paróquia de Mamanguape por anos a fio. Fomos amigos até o dia em que ele partiu para eternidade, já velhinho, morando em João Pessoa, onde eu o visitava periodicamente.
O padre Zé Paulo tinha a cara de brabo, mas era muito risonho. Relembro com saudade quando, aos seis anos de idade, meu filho Bambam (de saudosa memória) fora conduzido pelas suas mãos a Pia batismal. Quando, na hora do batismo, o padre perguntou o seu nome, que ele respondeu: Bambam! O padre achou tão engraçado e caiu na gargalhada.
Outro, o padre Hildebrando, um jovem de fisionomia séria, mas um brincalhão, com quem convivi algum tempo num clima fraternal, ele montado numa motocicleta e eu na garupa, celebrava missa em tudo que era distrito de Mamanguape, a exemplo de Cuité, Capim, Rio Seco, Pindobal e outros. Com esse eu perdi o contato a partir da sua transferência, nem lembro para onde. Um detalhe em comum, entre ele e o padre Zé Paulo: os dois só andavam rigorosamente de batina, preta.
Tempos depois, vim a conhecer o Padre Ednaldo, também na paróquia de Mamanguape, a quem eu admirava pela forma como ele conduzia a sua missão sacerdotal. Era, inclusive, um bom administrador do patrimônio físico da igreja; fez um ótimo trabalho! Até fiz uma crônica divulgando a minha admiração pelo seu desempenho.
Antes ou depois de padre Ednaldo (esse detalhe eu não lembro), conheci o Padre José Floren. Um grandalhão, simpático, rosto avermelhado, um gringo com jeito brasileiro/nordestino. O Nosso contato foi pouco; mais acentuado na vida social que na religiosa. Esse, nas horas vagas gostava (que nem eu) de tomar umas e outras.
Na paróquia de Rio Tinto, o Padre João foi um dos primeiros com quem tive aproximação, cuja amizade se traduzia com reciprocidade, na forma do respeito mútuo que nutríamos um pelo outro.
O Padre João foi substituído pelo dedicado jovem Padre Alex, que em seguida cedeu lugar ao hoje vigário Padre Isaías, o qual divide a missão evangelizadora com outro guia espiritual, muito querido pelos seus paroquianos, que é o Padre Glaubo… Esse uma raridade!
O padre Glaubo é uma pessoa diferente… Até na aparência! Aos 54 anos ele aparentava ter apenas 45. A sua simplicidade é tanta, que, não nos permite vislumbrar à distância, o grande filósofo que ele é. Descobri isso conversando com ele. Aliás, eu pouco converso com o Padre Glaubo. Muito mais o escuto, pois, ele tem muito que nos passar; ele é transparente; inspira confiança!
Conversar com o padre Glaubo me dá uma sensação de alívio. Ele me diz tudo que eu preciso ouvir, sem que eu lhe pergunte nada, sem que eu lhe diga nada. Imagino-o num confessionário.
Conheci o padre Glaubo faz pouco tempo, e nem parece. É como se fôssemos velhos amigos de infância. Talvez irmãos! É assim que o vejo. Ele, além da elevada missão de distribuir com os outros seus dons sagrados, através do sacerdócio, exerce, também, a não menos honrosa missão de educar, na condição de professor de filosofia, o que o faz com extraordinária competência.
Na escola onde ele leciona, em Campina Grande, distante mais de cem Km do seu domicílio, ele é tão querido e respeitado quanto na sua paróquia. Isso porque ele faz as duas coisas nos mesmos moldes. Com humanidade, com amor, com dedicação, com o coração voltado para o ser humano.
E tem mais: Na Igreja ele é padre, na escola é professor, no meio da feira é um líder e no gramado ele joga uma bola que faz gosto… E se deixar ele faz até gol.
Por Sebastião Gerbase (Basinho)