
Nascer, se criar e constituir família no sítio, migrar para a cidade a fim de garantir a sobrevivência da família e a educação dos filhos, só aí já caracterizaria o heroísmo do meu amigo Edmilson do Bar, que Deus recentemente, no Seu tempo, o chamou para Si.
Conheci o Edmilson a partir de quando ele abriu um bar, ali em frente ao antigo Hospital de Dr. Dirceu. Esse estabelecimento evoluiu no mesmo endereço, alcançando o “status” de restaurante, o Restaurante do Edmilson, hoje muito bem administrado pela família, sob o comando do seu filho Nininho.
Ao que me consta, antes disso ele vivia da agricultura e, entre outras atividades, vendia nas feiras livres o produto do seu trabalho como agricultor.
Uma pessoa simples, de aparência rudimentar, o Edmilson simbolizava a bravura do nordestino de mãos calejadas, que, impulsionado pela força do trabalho honesto e dignificante, consegue vencer na vida. Um simples agricultor, porém, que sabia valorizar o suor do seu rosto.
Chegou a fazer história… O fechamento do seu Bar (frequentado por mim e por muitos amigos meus), dando lugar ao “Restaurante do Edmilson”, foi o que me inspirou a escrever uma crônica, intitulada “Os Aripuás”, que deu origem a criação de um bloco carnavalesco com a mesma denominação.
O Edmilson foi um grande guerreiro, também, no enfrentamento dos seus problemas de saúde. Diabético, enfrentou várias cirurgias, inclusive da próstata; amputou uma parte do pé e, na sequência, amputou uma perna, e mesmo assim, sempre que se recuperava de cada procedimento, lá estava ele de volta às suas atividades laborais, (era ele o caixa do restaurante).
Aos 73 anos, finalmente, o Edmilson completou a sua jornada. Praticamente morreu trabalhando; trabalhou até o último… E já me bate a saudade!
Por Sebastião Gerbase (Basinho)