
Nascido em 20 de novembro, de 1950, no sítio Tatupeba, zona rural de Rio Tinto, ainda nos primeiros dias de vida, mudou-se com toda família para Salema. Lá, quando criança, sempre buscou ajudar seus pais, Eugênio Matias e dona Rita Eufrazina, na roça, na pesca e no corte de cana.
Vindo de família humilde e com sonho de vencer na vida, o Biga como era popularmente conhecido pelos seus amigos de infância, estudou em escola pública de Rio Tinto, e tinha o sonho de ser um grande advogado. Ao terminar os estudos, com muito sacrifício, entre idas e vindas a pé, de Salema até a Escola em Rio Tinto, muitas das vezes sem condições de comprar o caderno, fazia dos papelões de mercearia o seu diário escolar.
Ainda jovem, como muitos nordestinos, foi “tentar a sorte” no Rio de Janeiro, junto aos seus irmãos. No seu primeiro trabalho, na cidade carioca, a missão de descarregar um caminhão de arame farpado. Ao chegar em casa ensanguentado, seu irmão assustado o perguntara o que teria acontecido. Ele respondeu: foi o meu primeiro trabalho aqui no Rio de Janeiro. Sempre com muita bondade e vontade de vencer, não renegava a árdua tarefa. Meses depois, o Biga tornava-se gerente da loja.
Porém, as coisas começaram a complicar e uma amiga o encontrou no Rio de Janeiro e o aconselhou: Biga volte para sua terra, vença na vida e vá ajudar seu povo. E assim o fez.
Voltou para Rio Tinto. Fez um curso intensivo de inglês, foi contratado para ser professor da Escola Estadual Luiz Gonzaga Burity, prestou vestibular na Universidade Federal da Paraíba, para o curso de direito, sendo diplomado em 16 de setembro de 1986.
Com o passar do tempo foi conseguindo respeito profissional e logo tornou-se um dos advogados mais requisitados da região do Vale do Mamanguape, trabalhando e prestando serviços advocatícios para a população, como também fora procurador jurídico de várias Prefeituras, a exemplo de Baía da Traição, Rio Tinto, Mamanguape, Lucena, Jacaraú, Itapororoca entre outras. Também exerceu durante alguns anos a Procuradoria Geral da Companhia de Tecidos Rio Tinto.
Na vida pública sua primeira participação política foi como candidato a vereador na cidade de Mamanguape na década de 80, e na década de 90 e nos anos 2000 conseguiu o êxito de ser eleito vereador por dois mandatos em sua cidade Rio Tinto.
Foi diretor da Escola Professor Luiz Gonzaga Burity, e até então era procurador concursado da Prefeitura de Rio Tinto, e advogado do povo, como sempre gostou e se orgulhava de ser chamado. Biga nunca media esforços ou tempo, quando o ofício era servir os que não tinham condições de contratar um serviço advocatício. Movido por este sentimento, chegava a tender de domingo a domingo em seu escritório, na sua residência, à Praça João Pessoa.
Essas foram às palavras do seu filho, Eugênio Matias Neto, à redação do PBVale, na triste noite deste domingo (28) de junho. Emocionado, com a voz embargada, como quem falava sobre um grande homem que o admira.
Dr. Biga cumpriu sua missão aqui na terra, e deixa o legado de um homem íntegro, com espírito público e, um carisma que contagiava a todos.
O velório acontece em sua residência, e serão adotados todos os protocolos de segurança para que se evite aglomerações, contando com o apoio de equipe da Secretaria Municipal de Saúde e da Guarda Civil Municipal. Seu sepultamento ocorrerá às 16 horas desta segunda-feira (29), no cemitério Santo Antônio, no sítio Patrício.
O laudo médico confirmou que a causa morte foi em decorrência de Pneumonia, após dá entrada na madrugada deste domingo, no Hospital Geral de Mamanguape (HGM).
O advogado deixa esposa – professora Marta Mônica, e três filhos; Eugênio, Patrícia e Diogenes Matias.