O Centro Judiciário de Soluções de Conflitos e Cidadania Indígena (Cejusc Indígena) da Comarca de Rio Tinto deu início a Semana Nacional de Conciliação com 230 processos na pauta de audiências. Os trabalhos seguem até sexta-feira (8) e já contam com a colaboração dos 46 indígenas, que receberam a certificação do Curso de Conciliação Extrajudicial no dia 31 de outubro.
O coordenador do Cejusc Indígena, juiz Judson Kildere Nascimento Faheina, falou sobre a expectativa para essa semana e destacou todo o esforço que está sendo concentrado para acolher as partes que participaram das audiências e prestar a jurisdição da forma mais célere possível.
“Estamos com 230 audiências pautadas, até sexta-feira, desse grande evento chamado Semana Nacional de Conciliação. E acreditamos que todo trabalho de capacitação desses 46 indígenas agora vai frutificar. Acreditamos que, mais uma vez, vamos bater nosso recorde em número de acordos e isso refletirá muito positivamente na projeção do nosso trabalho no cenário nacional”, ressaltou.
O cacique geral do Povo Indígena Potiguara, Sandro Gomes Barbosa, enfatizou a parceria do Poder Judiciário, que promoveu a capacitação dos conciliadores indígenas. “Isso vai ajudar muito nesse processo, é uma contribuição dentro da própria comunidade. O que foi feito aqui, a gente só precisa agradecer, porque isso vai simplificar. Hoje, eles estão preparados para ajudar e para resolver situações. Essa parceria, que temos dentro da comarca, é uma coisa que está sendo construída através do Dr. Judson, para que a gente esteja formando conciliadores para ajudar a todos”, completou.
A cacique da Aldeia Monte-Mor na cidade de Rio Tinto, Claudecir da Silva Braz, enfatizou a importância da atuação dos indígenas. “Esta é uma semana muito importante para esse trabalho de conciliação que a gente vem fazendo e que está dando certo. Parabenizo o judiciário pela formação dos nossos conciliadores. A minha expectativa é a melhor para que a gente continue avançando nesse processo”, comentou.
O cacique da Aldeia Santa Rita, em Baía da Traição, Genival Ciriaco da Silva, que também é conciliador, comentou a expectativa de levar soluções ao povo indígena. “A gente está com a expectativa de resolver os problemas da nossa área. Esse tempo, que tivemos da nossa capacitação, é um prazer para a gente. Aprendemos mais sobre como conversar com as pessoas e saber acalmar e oferecer para eles a melhor solução. Me sinto feliz, honrado e seguro com essa capacitação, uma certeza de chegar lá e ter aquele momento de resolver um problema”, destacou.
Josevandro Gomes Leandro, conciliador indígena, pretende levar para a vida todo o aprendizado na tarefa de conciliar. “Estou feliz por estar aqui. Tive uma experiência enorme com esse trabalho e espero que esse aprendizado vá para a vida, para sempre fazer o que é certo”, falou.
Denise Soares Maia do Nascimento é mais uma conciliadora indígena e citou a gratidão por fazer parte desse momento. “É uma honra estar fazendo parte desse momento, onde a gente se capacitou para poder ajudar nossas comunidades e nossas demandas. E que tenhamos uma Semana Nacional de Conciliação com bastante êxito e com bastante conciliações feitas”, pontuou.
O conciliador indígena da Aldeia Forte, Genildo Avelar Cardoso, está firme no propósito de levar ajuda ao seu povo. “É um caminho bem vasto e vou caminhar nele para fazer o melhor que puder para ajudar o nosso povo a resolver uma problemática para não chegar aqui [no Judiciário]. Esse é nosso propósito”, concluiu.
Por Nice Almeida