A deputada diz acreditar que ainda não seja necessário cancelar as manifestações por causa da Covid-19 no Brasil, mas destacou que existe essa preocupação com a propagação do vírus nos atos.
A ação da deputada tem repercussões políticas. Alguns ministros tentam convencer o presidente Jair Bolsonaro a desmobilizar os atos governistas convocados para domingo. Com o pedido, Zambelli deixa Mandetta em uma saia justa. Se ele der um parecer pela realização da manifestação pode contrariar as recomendações que vêm sendo dadas pelo próprio ministério; se disser o contrário e sugerir o cancelamento dos atos, pode jogar contra o os interesses do Palácio do Planalto.
Deputada estadual em São Paulo, Janaína Paschoal também comentou o assunto e defendeu a tese de alguns ministros, que enxergam a o vírus como uma chance de recuar das manifestações e com isso acalmar o cenário político.
As manifestações
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro passaram a convocar o ato em defesa do presidente para o dia 15 de março após as declarações do ministro general Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) de que o Congresso estaria chantageando o Planalto.
Em uma conversa privada com os ministros Paulo Guedes (Economia) e Luiz Eduardo Ramos (Governo), a respeito do orçamento impositivo, Heleno disse: “Nós não podemos aceitar esses caras chantagearem a gente o tempo todo. Foda-se”.
Desde então, o tom de convocação da manifestação tem sido de fortes críticas ao parlamento, com ataques pessoais a Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) e ofensivas institucionais contra a Câmara e o Senado. Em linhas gerais, as convocações do ato defendem que o parlamento tem agido contra as tentativas do Planalto de implementar projetos benéficos ao Brasil.
No sábado (7), em Boa Vista (RR), o próprio presidente Jair Bolsonaro convocou a população para participar dos atos. “Dia 15 agora, num movimento de rua espontâneo. E o político que tem medo de movimento de rua não serve para ser político. Então participem. Não é um movimento contra o Congresso, contra o Judiciário. É um movimento pró-Brasil. É um movimento que quer mostrar para todos nós, presidente, poder Executivo, Legislativo, Judiciário, que quem dá o norte para o Brasil é a população”, afirmou, diante de uma plateia composta por diversos militares.