O PMDB indicou o senador Raimundo Lira (PB) para presidir a Comissão Especial do Impeachment no Senado. O anúncio foi feito no início da tarde de hoje (20) pelo líder da legenda, Eunício Oliveira (CE). Como titulares do PMDB no colegiado, foram indicados os senadores José Maranhão (PB), Waldemir Moka (MS), Rose de Freitas (ES) e Simone Tebet (MS). Os suplentes serão Hélio José (DF), Marta Suplicy (SP) , Garibaldi Alves (RN), João Alberto (MA), Dário Berger (SC).
Ao lembrar que o PMDB tem 18 parlamentares na Casa, Eunício de Oliveira afirmou que a escolha de Lira foi pessoal e a mais difícil da sua função de líder. “O senador Raimundo Lira preenche, no meu entendimento como líder, todas as qualidades como seriedade de tranquilidade. Esse é um processo que não pode ser feito para alguém aparecer na mídia. Esse é um processo muito sério”, disse.
Apesar de já ter declarado voto favorável ao impedimento da presidenta Dilma, o senador Raimundo Lira é visto, mesmo por parlamentares do PT, como um bom nome, moderado e de bom trânsito. Após a indicação para ser presidente da comissão especial, a assessoria do senador Raimundo Lira disse que agora ele se declara indeciso.
Instalação
Antes da instalação da comissão especial, na segunda-feira (25), os nomes indicados terão que cumprir uma formalidade: ser aprovados, em sessão deliberativa do Senado marcada para as 16h. Em seguida, já na comissão, serão eleitos o presidente e o relator da comissão. Segundo o Regimento Interno do Senado caberá ao presidente da comissão, indicar o relator. Diante da defesa do nome do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), apoiadores do governo insistem que seja indicado um nome considerado neutro para a comissão.
Outras indicações
Até o fechamento desta reportagem, apenas o PDT, que faz parte do Bloco de Apoio ao governo junto com o PT, ainda não tinha indicado o nome do titular e do suplente para o colegiado.
Representando o PT, devem compor a comissão, como titulares, os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Gleisi Hoffmann (PT- SC) e José Pimentel (PT-CE). Como suplentes, foram escalados os senadores Humberto Costa (PT-PE) , Fátima Bezerra (PT-RN) e a última vaga foi cedida ao senador João Capiberibe (PSB-AP). Apesar da divulgação dos nomes, o PT não oficializou as indicações. Isso será feito apenas na sexta-feira (22) , no fim do prazo dado pelo presidente do Senado, para garantir que a comissão não seja instalada antes da próxima segunda-feira (25).
Ontem mesmo, o Bloco da Oposição (PSDB-DEM-PV) já havia indicado como titulares os senadores Antônio Anastasia, Aloysio Nunes (PSDB-SP), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) . Os suplentes serão Tasso Jereissati (PSDB-CE), Ricardo Ferraço (PSDB-ES), Paulo Bauer (PSDB-SC) e Davi Alcolumbre (DEM-AP).
O Bloco Moderador (PR-PTB-PSC-PRB-PTC) terá Wellington Fagundes (PR-MT) e Zezé Perrela (PTB-MG) como titulares e, como suplentes, Eduardo Amorim (PSC-SE) e Magno Malta (PR-ES).
Já o Bloco Socialismo e Democracia (PSB-PPS-PCdoB- Rede) escolheu Romário (PSB-RJ), Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) e Vanessa Grazziotion (PCdoB-AM), como titulares, e Roberto Rocha (PSB-MA), Cristovam Buarque (PPS-DF) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), como suplentes.
Outro bloco parlamentar, o da Democracia Progressista (PP-PSD) terá como titulares Ana Amélia (PP-RS), Gladson Cameli (PP-AC) e José Medeiros (PSD-MT). Sérgio Petecão (PSD- AC), Wilder Morais (PP-GO) e Otto Alencar (PSD-BA) serão os suplentes.
Operação Lava Jato
Até agora, quatro senadores indicados para vaga de titulares são alvo de inquéritos relacionados à Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF): Fernando Bezerra Coelho, Gladson Cameli, Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias. Segundo a Justiça Federal, eles são suspeitos de receber propina do esquema de desvios da Petrobras. Todos negam participação em qualquer irregularidade.
Por Karine Melo