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quinta-feira, 24 outubro 2024
                             

“Não existe sistema inviolável”, diz criador da urna eletrônica

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Redação PB Vale
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A tecnologia agilizou tanto a contagem de votos das eleições no Brasil quanto a divulgação dos eleitos, mas também trouxe dúvidas sobre a confiabilidade do processo. Depois de 20 anos de existência do voto eletrônico, um dos criadores do sistema de segurança, o secretário de Tecnologia de Eleições do TSE, Giuseppe Janino, considera que há evidências suficientes para confiar na urna eletrônica. Mesmo assim, o ministro Dias Toffoli, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), oficializou os eventos-teste de segurança da urna que acontecem com especialistas externos, e que passam a ser realizados sempre antes de cada eleição em busca de novas melhorias.

Local de testes é restrito à comissão avaliadora e investigadores (Foto: Leyberson Pedrosa)
Local de testes é restrito à comissão avaliadora e investigadores (Foto: Leyberson Pedrosa)

Dez investigadores foram aprovados para a 3ª edição dos testes antes da eleição municipal de 2016. Até está quinta-feira, eles se colocaram diante do código fonte do equipamento e seus periféricos para descobrir se a urna continua segura e se é possível melhorar alguma possível falha.

As outras duas edições do evento ocorreram em 2009 e 2012. Na ocasião, participantes descobriram alguns pontos fracos que foram corrigidos logo em seguida. Na primeira edição, quando havia prêmios, o professor Sérgio de Freitas descobriu que o teclado emitia ondas eletromagnéticas que poderiam ser reconhecidas por um receptor de radiofrequência juntamente com o número escolhido.

“Essa transmissão funcionava a apenas 12 cm da urna. Era mais fácil a pessoa ver o número na tela. Mesmo assim, blindamos o teclado e colocamos criptografia.” 

Giuseppe Janino não considera seu sistema à prova de tudo:

“Não existe sistema inviolável, mas podemos dizer que temos todo um sistema de segurança que torna a fraude inviável. Não temos nenhum registro de fraude.  Houve tentativas de fraude, várias investigadas pelas instituições competentes, e nenhuma delas foram comprovadas”.

Além do programa criado para criptografar a escolha do eleitor em dados digitais, Janino lista outras barreiras essenciais que impedem alterações na urna. “Tem que romper o lacre, abrir o dispositivo com ferramentas específicas, tirar as tampas, abrir os componentes para então tirar a memória e tentar mudar o sistema”. 

Mudanças tecnológicas

Mesmo que a pessoa consiga vencer essas barreiras, o criminoso terá que encontrar brechas no sistema. A comunidade científica tem opiniões divergentes de como diminuir possíveis falhas. Há quem defenda que o código fonte do programa deva ser aberto e disponibilizado para evoluções pela academia e outros grupos de interessados, assim como ocorre com o software livre. Do outro lado, outros especialistas e o próprio TSE preferem manter o código restrito e permitir sua visualização apenas durante os testes públicos. 

“Não existe um consenso. Sinceramente, prefiro me apartar dessa discussão e trabalhar sobre o que já foi estabelecido como seguro”, comenta Elizabete Evaldt, que se increveu no evento para explorar vulnerabilidades no teclado e impressora da urna. 

A graduanda em Computação faz apenas uma ponderação em relação ao momento de ver o código fonte. Para ela, experiências como o teste público poderiam ocorrer também nos tribunais regionais eleitorais.

“Seria interessante termos acesso ao código fonte nos TREs, que também são ambientes controlados e, assim, abrir e abrir um pouco mais para a comunidade”. 

“A tecnologia avança e nós precisamos sempre deixar a urna preparada para esse tipo de tecnologia”, comenta o professor da Universidade de Taubaté, Luiz de Almeida. Ele e sua equipe participam da 3ª edição dos testes e querem propor algum mecanismo que impeça que a urna transmita o áudio da votação para um lugar proibido. Não sabia que a urna emite áudio?

Contudo, Elizabete lembra que nem toda evolução do sistema é garantia de sucesso. “Ás vezes, acontece de você desenvolver um sistema que é seguro e, ao fazer uma melhoria, sem querer, você insere um erro. O sistema está sempre evoluindo e nem sempre evolui para melhor.”, aponta. 

Formado por três integrantes com família de origem oriental, o grupo que criou a urna eletrônica foi apelidado de “os 5 ninjas”. Osvaldo Catsumi é um deles e se considera otimista em relação a uma nova geração de “ninjas” que estão contribuindo para o aprimoramento do processo.

“É claro que esse processo precisa evoluir com o tempo e com a própria democracia e vontade da população”.

via EBC

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