O senador Raimundo Lira (PMDB) recebe R$ 300 mil por mês do Governo Federal graças a um imóvel de sua propriedade que alugou em Brasília para servir de sede à ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), vinculada ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
A informação foi publicada nesta quinta-feira (6) pela Folha de São Paulo. O contrato foi fechado em 2015, com encerramento previsto para 2026. O valor inicial do aluguel, de R$ 210 mil, saltou para R$ 300 mil em 2017. “E, de acordo com um relatório interno da própria agência, o senador recebeu três meses de aluguel – num total de R$ 630 mil – antes mesmo que a agência ocupasse o imóvel”, acrescenta o jornal.
Por sua vez, o jornal O Estado de São Paulo divulgou que o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Procuradoria-Geral da República fizeram questionamentos informais sobre o caso ao comando da agência. Teriam questionado, por exemplo, reformas no imóvel que teriam custado R$ 2 milhões aos cofres públicos. Tudo isso para adequar à ABDI as instalações de um prédio de três andares no Setor Comercial Norte de Brasília. Ainda assim, 500 metros quadrados da propriedade teria ficado ociosos.
O que diz o senador
Através de sua Assessoria de Imprensa, o senador Raimundo Lira distribuiu nota hoje à tarde na qual afirma que a ABDI não é uma instituição pública, mas pessoa jurídica de direito privado, conforme parecer que encomendou a um escritório de advocacia especializado.
Lira garante que solicitou tal parecer antes de alugar o prédio à Agência. “Como faz sempre antes de celebrar contratos de aluguel dos imóveis de sua propriedade, Lira solicitou o parecer para evitar, em virtude de sua condição de parlamentar, locação do imóvel para entidades públicas, quer municipais, estaduais, federais, mesmo que autárquicas ou de economia mista”, reforça a Assessoria.
O senador destaca ainda nota técnica na qual a consultoria lembra que o imóvel está localizado em área privilegiada de Brasília e foi alugado a preço abaixo do mercado, “com valor mensal de R$ 300 mil, ou seja, R$ 81,72 por metro quadrado, enquanto que o preço do mercado na época era de R$ 100 por metro quadrado”.
Por Rubens Nóbrega