Demonstrando toda sua revolta sobre a impunidade em casos de violência doméstica, a deputada federal Edna Henrique usou a tribuna da Câmara Federal na terça-feira (05) e fez um forte discurso cobrando o cumprimento das Leis pelas autoridades responsáveis nas investigações dos crimes.
“Como mulher, mãe, avó, delegada de polícia civil e deputada, reafirmo minha indignação diante da impunidade, que ainda ocorre em casos de violência doméstica contra mulheres, feminicídio e tentativa de feminicídio, mesmo quando o algoz é preso em flagrante delito”, pontuou a deputada.
Ela citou como exemplo, um caso ocorrido durante os festejos juninos, na cidade de Monteiro, no Cariri paraibano, onde a jovem Rossana, mãe de família, foi brutalmente espancada pelo seu companheiro, e ainda hoje luta pela sua vida em um leito de UTI.
“Enquanto a vítima aguardava por dias uma vaga na UTI de um Hospital, a justiça liberava sob fiança o agressor que agora goza de liberdade. A jovem ceifada do convívio dos seus filhos, quase morta com requintes de crueldade, está lutando para sobreviver”, lamentou a parlamentar federal.
Edna citou que manterá, mesmo após finalizar o seu mandato, o trabalho árduo para que agressores covardes sejam punidos conforme a Lei.
“Aqui nesta casa nós temos lutado e bradado nesses microfones e corredores pelo endurecimento das penas para agressores e nos deparamos com a trágica realidade de que sob o pagamento de fiança, aqueles que tentam contra a vida das mulheres, nossas mães, filhas ou netas, podem ter liberdade. Enquanto isso, as vítimas são penalizadas na maioria das vezes, com a morte. O sentimento é de impotência, frustração, desrespeito, desamor para com a vida das mulheres. E nenhuma mulher merece morrer ou ser agredida por um homem que não sabe lidar com as suas emoções”, afirmou Edna.
Finalizando, a deputado questionou até quando as mulheres continuarão sendo vítimas da violência e da lei.
“Quantas outras Rossanas mais teremos que ver sofrer e padecer, antes que o rigor da lei seja de fato aplicado? Quantas outras famílias vão chorar? Registro toda minha indignação e reitero meu apoio a todas as mulheres e famílias vítimas da violência doméstica e feminicídio. Não se cale, amanhã será alguém que você ama que poderá ser calada”, concluiu a deputada.