Com a rejeição da proposta dos bancos na noite de quarta-feira, 28, a greve dos bancários entra no 24º dia nesta quinta-feira. A paralisação já é a segunda maior greve da categoria dos últimos anos, atrás apenas de 2004, quando a paralisação chegou a 30 dias.
Os bancos apresentaram ao Comando Nacional da categoria uma proposta válida por dois anos: manutenção do reajuste de 7% para 2016, com abono de R$ 3.500, um aumento de R$ 200 em relação à proposta anterior, e aumento de 0,5% acima da inflação para 2017.
A proposta foi rejeitada. Segundo o sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, a proposta para 2016 não representa ganho real para a categoria e não traz avanços nos pedidos de manutenção dos empregos, reivindicações de saúde e condições de trabalho.
“Os bancos perderam a oportunidade de resolver a greve. Conforme dissemos ao final da reunião de terça-feira, quando a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) anunciou a proposta de mudança de modelo, só poderíamos analisar se trouxesse ganhos para os trabalhadores. Como a proposta detalhada nessa quarta ainda impõe perdas aos bancários, o Comando rejeitou e a greve continua”, disse a presidente do sindicato, Juvandia Moreira, umas das coordenadoras do Comando.
Na próxima segunda feira, 3, haverá uma assembleia às 17 horas para debater os rumos da paralisação.
Até a quarta-feira, 28, 13.254 agências e 28 centros administrativos estavam com atividades paralisadas, o que representa 57% das locais de trabalho no País.
Os trabalhadores reivindicam reajuste de 14,78%, sendo 5% de aumento real, considerando inflação de 9,31%; participação nos lucros e resultados (PLR) de três salários acrescidos de R$ 8.317,90; piso no valor do salário mínimo do Dieese (R$ 3.940,24), e vales alimentação, refeição, e auxílio-creche no valor do salário mínimo nacional (R$ 880). Também é pedido décimo quarto salário, fim das metas abusivas e do assédio moral.
Atualmente, os bancários recebem um piso de R$ 1.976,10 (R$ 2.669,45 no caso dos funcionários que trabalham no caixa ou tesouraria). A regra básica da participação nos lucros e resultados é 90% do salário acrescido de R$ 2.021,79 e parcela adicional de 2,2% do lucro líquido dividido linearmente entre os trabalhadores, podendo chegar a até R$ 4.043,58. O auxílio-refeição é de R$ 29,64 por dia.
Com informações da Agência Brasil e do Estadão Conteúdo