A Polícia Civil da Paraíba, por meio da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) de João Pessoa, prendeu, na manhã de quinta-feira (30), Amanda de Sousa Alves da Silva, de 25 anos, Renato Ferreira Alves da Silva, de 26 anos, e João Bruno Farias Soares, de 32 anos. De acordo com o delegado Lucas Sá, os presos se apresentavam como proprietários de uma empresa que intermediava a contratação de serviços de telefonia/internet/TV a cabo. Eles foram presos por fraudes praticadas nas contratações.
“A empresa denominada Vipnet, situada no Centro de João Pessoa, em atividade desde o ano de 2013, atuava da seguinte maneira: negociava pacotes de internet/telefonia a clientes que possuíam restrições no comércio (SPC/Serasa) e a clientes que não queria contratar os serviços em seu nome, propondo a estes clientes que utilizassem nomes de terceiras pessoas, de uma relação constante em um site acessado pela empresa. A negociação era concluída em nome de uma terceira pessoa, sem o seu conhecimento e os serviços eram instalados na residência do cliente contratante e a empresa era beneficiada, cumprindo suas metas de contratações estabelecidas pela empresa de telefonia e recebendo seus pagamentos regularmente. Para que os serviços fossem concluídos e liberados, a empresa Vipnet inseria nos contratos telefones de contato próprios da empresa, determinando aos seus funcionários (quatro vendedores) que atendessem todas as ligações, identificando-se em nome do cliente constante na contratação, confirmando a contratação do serviço e todos os dados pessoais utilizados nas contratações fraudulentas”, disse a autoridade policial.
As investigações da DDF identificaram ainda que o referido site (www.catta.com.br) possui o cadastro de 200 milhões de pessoas, cadastros estes contendo nome, endereço, CPF, informações profissionais, as quais eram utilizadas pela empresa na realização das contratações fraudulentas. Estima-se que milhares de contratos tenham sido realizados pela empresa, utilizando-se de cadastros constantes no referido site, durante os três anos de atividade.
Segundo o delegado Lucas Sá, a Polícia chegou aos suspeitos após investigar diversas ocorrências registradas por vítimas surpreendidas ao descobrirem que estavam com restrições no comércio, em virtude de contratações de serviços de telefonia que não reconheciam ter feito. Na ação policial, foram apreendidos centenas de contratos feitos pela empresa, além de computadores e outros equipamentos eletrônicos que confirmam todo o teor da conduta criminosa investigada.
Os suspeitos foram autuados em flagrante pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica e associação criminosa e permanecerão na carceragem da Central de Polícia, no bairro do Geisel, aguardando apresentação à audiência de custódia. As investigações da DDF vão continuar, no sentido de descobrir possíveis outras pessoas envolvidas ou beneficiadas com a conduta criminosa, representando ainda pela anulação de todos os contratos fraudulentos e pelo bloqueio e retirada do site, além de identificar os responsáveis pela manutenção do endereço eletrônico, que responderão criminalmente pela divulgação das informações pessoais de pelo menos 200 milhões de pessoas, de todo o país.