Foi confirmado na tarde desta segunda-feira (14) que o corpo achado carbonizado em uma mata na cidade de Bayeux, na Grande João Pessoa, é, de fato, o da vendedora Vivianny Crisley, que desapareceu na madrugada do dia 20 de outubro, após sair de um bar na Zona Sul de João Pessoa. De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança e Defesa Social (Seds), a confirmação foi feita com base em um exame de DNA realizado pelo Instituto de Perícia Científica (IPC) que comparou o material genético de pedaços de pele retirados do corpo com o de familiares de Vivianny.
Segundo a Seds, o delegado responsável pelo caso, Reinaldo Nóbrega, já avisou à família de Vivianny sobre o resultado do teste, que também confirma a suspeita do homicídio da vendedora. Na sexta-feira (11), a Polícia Civil divulgou a identidade de três suspeitos de envolvimento no caso, sendo que dois ainda continuam foragido. O suspeito que foi preso, Allex Tomás, disse em depoimento à polícia que a jovem foi morta porque estava gritando para ir para casa.
Conforme a diretora em exercício do Instituto de Polícia Científica (IPC), Gabriela Nóbrega, apenas o exame de DNA foi concluído, mas outras perícias estão sendo feitas para que outros detalhes do caso possam ser revelados. “Apenas temos a confirmação de fato da identidade do corpo achado. O exame cadavérico, que deve identificar a forma da morte, se houve alguma violência sexual, entre outros, e o exame de local de crime ainda estão sendo feitos e a previsão é de que sejam concluídos em dez dias”, disse.
De acordo com familiares de Vivianny, o corpo da vendedora vai ser velado na terça-feira (15) pela manhã, em uma central de velórios na Avenida João Machado, em Jaguaribe, na capital paraibana. O velório vai ser feito apenas para parentes e amigos da jovem. O enterro de Vivianny está previsto para acontecer no fim da manhã do mesmo dia, no Parque das Acácias.
Investigação
De acordo com o delegado responsável pela investigação, Reinaldo Nóbrega, Allex Aurélio Tomás dos Santos disse que os outros dois suspeitos saíram com Vivianny e depois retornaram para a casa dele sujos de sangue afirmando terem “matado a menina”. Jobson Barbosa da Silva Júnior, conhecido como Juninho, e Fágner das Chagas Silva, apelidado de Bebé, foram vistos saindo do bar com Allex e Vivianny Crisley nas imagens divulgadas pelo estabelecimento.
Cronologia do dia do desaparecimento
Segundo a polícia, Vivianny passou a noite em um bar no bairro dos Bancários, em João Pessoa, com uma amiga, em uma mesa, enquanto os três suspeitos estavam em outra mesa. “No final da festa, a amiga de Vivianny tentou chamar a jovem para ir embora, mas ela resolveu ficar. Minutos depois, de acordo com as imagens das câmeras do local, Vivianny Crisley saiu com Allex e outros dois colegas, Juninho e Bebé”, disse Reinaldo.
Na versão que Allex contou para o delegado, após sair do bar, os quatro foram para a cidade de Santa Rita, na Grande João Pessoa. “Allex diz que dormiu no meio do caminho e que acordou em um posto de gasolina. Quando ele acordou, ele pediu para o Juninho, que estaria dirigindo, o levar para casa. Após deixar Allex em casa, no distrito de Várzea Nova, os outros dois suspeitos e Vivianny seguiram no carro”, detalhou Reinaldo Nóbrega.
No depoimento, Allex disse que horas depois, Juninho e Bebé retornam à casa dele sujos de sangue e com o celular de Vivianny Crisley. “Eles deram o aparelho pra Allex e segundo ele, disseram: ‘Matamos a menina, porque ela tava gritando muito, pedindo pra voltar para casa'”, disse o delegado.
Ainda de acordo com a polícia, Allex contou no depoimento que os outros dois suspeitos tomaram banho e dormiram na casa dele e, no dia seguinte ao desaparecimento de Vivianny, a dupla ainda chegou a levar outras duas meninas e comprou bebida para uma festa na casa de Allex. “As famílias dos outros dois suspeitos dizem que eles chegaram a ir para casa no sábado, um dia depois do crime, mas que depois disso, nunca mais retornaram”, disse o delegado.
Os três suspeitos estão sendo indiciados por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, segundo o delegado Marcos Paulo Vilela, superintendente regional da Polícia Civil. “A versão dada pelo suspeito preso bate com algumas informações que a gente tem, mas também pode ser completamente mentirosa. Só a prisão dos outros dois e o resultado da perícia vai nos dizer exatamente o que aconteceu”, disse Vilela.
G1PB