A Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB) notificou, até o dia 12 de dezembro, 371 casos suspeitos de microcefalia, distribuídos em 64 municípios paraibanos, com base nas definições de casos estabelecidas na Nota Informativa Nº 01/2015, da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde. Entre eles, está o caso de um recém-nascido que evoluiu para óbito.
De acordo com o Boletim Epidemiológico Nº 04, a região metropolitana de João Pessoa contabiliza 70% do número de casos suspeitos. João Pessoa se mantém como o município com maior número, num total de 184 casos, sendo também o município que mais revisou prontuários, realizando busca ativa retrospectiva nos atendimentos das maternidades públicas. O Conde segue com 14 casos, Alhandra com 12, Bayeux com 11 e Pedras de Fogo contabilizou 10 casos. Já o município de Pitimbu está com nove casos suspeitos, Caaporã também com nove casos, Cabedelo, por sua vez, sete casos, Santa Rita seis casos, Rio Tinto quatro casos e Lucena um caso.
Do total de casos notificados até o momento, 19 foram confirmados, 30 descartados e os demais (322) continuam em investigação pelas Secretarias Municipais de Saúde, com apoio da SES-PB e do Ministério da Saúde. Dois casos foram confirmados em gestantes residentes no município de Juazeirinho, cujos fetos apresentaram microcefalia e diagnósticos laboratoriais conclusivos para vírus Zika pelo método de Reação da Transcriptase Reversa, seguida de reação em cadeia da polimerase (RT-PCR) em amostra de líquido amniótico. Quanto aos quatro óbitos infantis ocorridos e relacionados à infecção pelo vírus Zika, as mães são residentes dos municípios de Piancó (1), Monteiro (1) e João Pessoa (2). Segundo o tipo de detecção, 89% (330/371) das notificações foram de recém-nascidos e as demais de gestantes (41/371).
“A maioria das notificações feitas até então foi realizada baseada apenas na medida do perímetro cefálico (PC) igual ou inferior a 33 centímetros, independentemente da mãe relatar ou não sinais ou sintomas de doenças infecciosas durante a gravidez e de exames complementares. Portanto, trata-se de uma triagem de crianças nascidas a partir de 1º de agosto, que se enquadram na definição de caso suspeito, a fim de possibilitar o desencadeamento da investigação e, com isso, concluir um diagnóstico final de confirmação ou descarte de malformação congênita relacionada ao vírus Zika, conforme protocolo clínico do Ministério da Saúde”, explicou a gerente executiva de Vigilância em Saúde da SES, Renata Nóbrega.
O Ministério da Saúde confirmou no dia 28 de novembro a relação entre o Zika vírus e o surto de microcefalia na região Nordeste. O Instituto Evandro Chagas, órgão do MS em Belém (PA), encaminhou o resultado de exames realizados em um bebê, nascido no Ceará, com microcefalia e outras malformações congênitas. Em amostras de sangue e tecidos foi identificada a presença do Zika vírus.
“Essa é uma situação inusitada no ramo da pesquisa científica. As investigações sobre o tema devem continuar para esclarecer questões como: a transmissão desse agente; a sua atuação no organismo humano; a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante.”, explicou Renata Nóbrega.
Da Redação, PBVale