O deputado federal Luiz Couto (PT-PB) designou sua assessoria para acompanhar e auxiliar as famílias posseiras da fazenda Oiteiro de Campina, em Rio Tinto, que foram ameaçadas de despejo. A ordem judicial estava para ser cumprida ainda nesta quarta ou quinta-feira, 28 e 29 de junho. No entanto, depois de uma forte articulação integrada pelo mandato de Couto, junto com o Frei Anastácio e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e mais representantes de 33 comunidades de áreas agrárias em conflito nas regiões do Agreste e da Mata, o despejo ficou temporariamente suspenso.
A decisão saiu de uma reunião mantida na tarde da última terça-feira, 27, na Secretaria de Desenvolvimento Humano do Governo no Estado, com a secretária Aparecida Ramos. Ela manteve contato com o Coronel Roberto e acertou que a ordem não seria efetivada antes de um novo diálogo, na quinta-feira, 29, na sede da Secretaria, na qual se fez presente ainda o representante da Polícia Militar, o procurador José Godoy, do Ministério Público Federal e os demais integrantes do grupo de defesa dos posseiros.
Entenda o conflito – A ação de despejo contra os agricultores foi impetrada pela Companhia de Tecidos Paulista, que também pertence à família Lundgren. A área do município antes se chamava “Engenho Preguiça”, por causa da existência de grande número de animais deste tipo, e ficava nos limites de Mamanguape, tendo sido comprada em 1917 por Frederico João Lundgren. Ele seria o responsável, anos depois, pelo início da construção da fábrica.
São gerações de oito famílias que residem em Oiteiro de Campina mesmo antes dele ser comprado pelo patriarca dos Lundgren. A propriedade toda é composta por 290 hectares, dos quais apenas 10,5, aproximadamente estão sendo cultivados pelos agricultores, que tiram da terra sua sobrevivência.
A assessoria do deputado Luiz Couto tem visitado o local e prestado assistência aos posseiros, junto com o deputado Frei Anastácio e a Comissão Pastoral da Terra (CPT).
O drama das famílias tem chamado a atenção e sensibilizado os moradores de Rio Tinto e os movimentos sociais da Paraíba. Tanto que uma mobilização em defesa dos posseiros estava agendada para acontecer, como forma de resistência à ordem judicial, considerada injusta pelas famílias e pelos movimentos que as apóiam.