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segunda-feira, 12 maio 2025
                          

Carcaças de cachalote e baleia-jubarte são encontradas em praias do litoral norte e sul da Paraíba

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Redação PB Vale
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Equipes do Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho/ Fundação Mamíferos Aquáticos e da Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape/ ICMBio foram acionadas no início da noite desta terça-feira (26/09) para atender a dois encalhes de mamíferos aquáticos encontrados mortos em duas praias da Paraíba: um cachalote, em Lagoa de Praia, na APA na Barra do Rio Mamanguape (Rio Tinto-PB) e um filhote de baleia-jubarte em Pitimbu, litoral sul do estado.

Devido às condições da maré, o procedimento de necropsia, coleta de materiais biológicos para estudos e análises laboratoriais e operação de destinação das carcaças só puderam ser realizadas na manhã desta quarta-feira (27/09).

As carcaças estavam em avançado estado de decomposição, por esta razão não foi possível identificar inicialmente a causa da morte e nem o sexo dos animais. A cachalote (Physeter macrocephalus) com cerca de 8 metros, provavelmente tratando-se de um juvenil, e a baleia- jubarte medindo aproximadamente 3 metros de comprimento. As prefeituras locais auxiliaram no enterro das carcaças. A baleia-jubarte está em temporada reprodutiva no Brasil. E nesta época pode ser vista do litoral do Rio Grande do Norte até São Paulo, com concentração maior no Banco de Abrolhos (entre o sul da Bahia e o norte do Espírito Santo).

As baleias-jubarte, também conhecidas como “baleias-cantoras”, são animais migratórios. A população se reproduz ao longo da costa brasileira e migra anualmente para os mares da Antártida para se alimentar durante o verão, retornando para as águas brasileiras entre junho e outubro para acasalar, parir e amamentar seus filhotes – uma jornada de quase 9.000 Km percorridos (ida e volta). Seu nome científico é Megaptera novaeangliae – “grandes asas da Nova Inglaterra”, uma referência às enormes nadadeiras peitorais e à região dos Estados Unidos na qual a espécie foi identificada pela ciência pela primeira vez.

A espécie pode chegar a medir 16 metros de comprimento e a pesar cerca de 40 toneladas. As jubartes possuem coloração escura em seu corpo, nadadeira dorsal típica da espécie e grandes nadadeiras peitorais (que podem chegar a ter 1/3 do comprimento do corpo e são geralmente brancas). Sua cauda possui padrões de coloração em branco e preto na face inferior, que são únicos para cada espécime, permitindo sua identificação individual.

De acordo com o Projeto Baleia Jubarte, estima-se que as jubartes brasileiras, em recuperação de um histórico de caça predatória, tenham hoje uma população de cerca de 25.000 animais (comparado com cerca de apenas 1.000 animais quando o Projeto Baleia Jubarte iniciou suas atividades, em 1988). Já os mamíferos cachalotes são considerados os maiores dos cetáceos com dentes, podem chegar a medir até 18 metros de comprimento e a pesar 57 toneladas. É uma espécie cosmopolita que pode ser encontrada nos oceanos, dos trópicos às áreas polares, entre 60°N-70°S. Pela IUCN, o seu status de conservação é vulnerável.

Caso encontre uma baleia-jubarte, um cachalote, um peixe-boi-marinho ou qualquer outro mamífero marinho encalhado morto na Paraíba, acione imediatamente os órgãos ambientais atuantes na região ou o Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho/ Fundação Mamíferos Aquáticos pelos telefones: (83) 99961-1338/ (83) 99961- 1352 (whatsapp).

Não se aproxime e nem toque na carcaça. E se acontecer de encontrar um mamífero aquático (peixe-boi-marinho, baleia, golfinho) encalhado vivo, siga estas orientações:

  1. Aproxime-se devagar e fale baixo para não assustá-lo;
  2. Observe se o animal está respirando e se mexendo;
  3. Comunique imediatamente às instituições ambientais atuantes na região (Na Paraíba, em Sergipe e litoral norte da Bahia, entre em contato com o Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho/Fundação Mamíferos Aquáticos pelos telefones: (83) 99961-1338/ (83) 99961- 1352 (whatsapp)/ (79) 99130-0016.
  4. No caso de golfinho e peixe-boi, proteja-o do sol: faça uma sombra, cubra com panos claros ou toalhas e molhe a pele sempre, tomando cuidado para não cobrir as narinas;
  5. Cuidado para não jogar água nas narinas, quando estiverem abertas;
  6. Afaste os curiosos. Se precisar, chame os policiais e bombeiros (ligue 190 ou 193);
  7. Não devolva o animal para o mar;
  8. Não alimente.

O Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho – realizado pela Fundação Mamíferos Aquáticos em parceria com a Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental – é uma estratégia de conservação e pesquisa para evitar a extinção da espécie no Nordeste do Brasil.

Atua nas áreas de pesquisa, tecnologia de monitoramento via satélite, manejo, educação ambiental, desenvolvimento comunitário, fomento ao turismo eco pedagógico e políticas públicas.

Conta com o apoio da APA da Barra do Rio Mamanguape/ICMBio, Arie Manguezais da Foz do Rio Mamanguape/ICMBio e do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Monitoramento Ambiental da Universidade Federal da Paraíba (PPGEMA – UFPB).

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