O Papa Francisco se inclinou neste sábado (25) diante da chama eterna do Memorial do Genocídio armênio de Tzitzernakaberd e destacou que a “memória não deve ser suprimida nem esquecida”. O presidente da Armênia, Serge Sarkissian, participou do ato.
“Que Deus proteja a memória do povo armênio. A memória não deve ser suprimida nem esquecida. A memória é fonte de paz e de futuro”, escreveu o papa no livro de ouro do Museu do Memorial ao fim da visita ao local.
O pontífice depositou uma coroa de flores diante do mausoléu, uma das partes do memorial, que tamém conta com o muro da memória. Depois desceu alguns degraus até chegar a uma área cercada de 12 grandes pedras que representam as 12 províncias onde, sob o império otomano, os armênios foram massacrados em 1915/1916.
Ao lado de bispos da igreja apostólica armênia, o papa ouviu, muito concentrado, um coro de mulheres e depois um grupo de flautistas.
Depois de ouvir o canto religioso armênio “Hrashapar” (“Milagroso”), um bispo leu a epístola “Tiveram que suportar um grande combate” e o pontífice pronunciou uma oração.
Depois Francisco seguiu de automóvel para os jardins e plantou uma árvore em sinal de paz e renascimento. Em seguida, em uma mesa ao ar livre, assinou um livro de ouro.
“Aqui eu rezo, com dor no coração, para que nunca mais aconteçam tragédias como esta, para que a humanidade não esqueça e saiba vencer com o bem o mal; Deus conceda ao amado povo armênio e ao mundo inteiro paz e consolo”, escreveu o papa.
No local era possível observar o cume do Monte Ararat, local simbólico da cultura cristã armênia, onde, segundo a tradição, parou a Arca de Noé. O Monte Ararat fica no território a Turquia.
Na sexta-feira, no primeiro dia de visita ao país, o papa optou pela franqueza ao invés da prudência e denunciou o “genocídio” dos armênios.
“O Grande Mal”, como chamam os armênios, teria provocado a morte de 1,5 milhão de pessoas, de acordo com a Armênia.
A Turquia denuncia um exagero do número e não aceita a acusação de genocídio. O país menciona uma guerra civil mortífera entre turcos e armênios.
O papa Francisco se encontrou com uma dezena de descendentes de sobreviventes do genocídio que foram recebidos pelo papa Bento XV no palácio pontifical de Castel Gandolfo, perto de Roma, durante a Primeira Guerra Mundial.