Além de nomear novos cardeais, o consistório do último sábado (19) no Vaticano serviu para marcar mais um gesto de afeto entre o atual Papa, Francisco, e o anterior, Bento XVI. Mostrando respeito ao seu antecessor, Jorge Mario Bergoglio deixou a Basílica de São Pedro ao lado dos novos cardeais e seguiu de van até o monastério Mater Ecclesiae, onde vive Joseph Ratzinger.
Lá, o primeiro ato foi um longo abraço entre os dois religiosos em um gesto que foi repetido por todos os novos cardeais. Com a autorização de Francisco, Bento XVI iniciou uma oração de benção aos “recém-promovidos” e mostrou uma boa parceria com o atual Pontífice. Em clima amistoso, os dois ainda trocaram algumas palavras antes de se despedir. Aparentando estar mais magro do que em sua última aparição pública, Ratzinger mostrou-se bastante disposto e sorridente durante todo o tempo. Assim como ocorreu no consistório do sábado, o papa emérito optou por permanecer no monastério durante a celebração do encerramento do Jubileu da Misericórdia na Praça São Pedro, realizada no domingo (20).
Desde que assumiu seu Pontificado após a renúncia de Bento XVI, Bergoglio sempre ressaltou a importância da atuação de seu antecessor e elogiou, por diversas vezes, seu “nobre gesto” de abdicar da liderança da Igreja Católica quando viu que não tinha mais forças para isso, sendo que a entidade teria uma eterna “dívida de gratidão”.
O alemão, por sua vez, disse ter ficado “surpreso” com a escolha de Francisco pelos cardeais no conclave, mas disse admirar a “enorme simpatia” que o seu sucessor tem entre os cristãos e os não cristãos. (ANSA)