A Espanha teve uma das mais importantes mobilizações de sua história neste Dia Internacional da Mulher. Pela primeira vez, as organizações feministas espanholas convocaram a população feminina a uma greve geral, que culminará em manifestações em diversas cidades do país.
De acordo com o El País, a paralisação teve apoio de alguns sindicatos, e outros convocaram suspensões parciais das atividades. Espera-se manifestações inéditas, num momento de ressaca do movimento contra o assédio sexual (o #Metoo), que, embora não tenha decolado totalmente em território espanhol, conseguiu unir milhares de mulheres e garantir visibilidade para o foco do problema: a desigualdade entre os homens e as mulheres.
Além de reportar um estupro a cada três dias, a cada 40 minutos uma mulher presta queixa por violência de gênero na Espanha. Segundo o instituto de análises Fedea, as mulheres ganham entre 21% e 23% a menos por um trabalho de igual valor.
“O objetivo da mobilização é mostrar a importância do papel central que nós, mulheres, desempenhamos para a sociedade, para os lares, para o funcionamento das cidades. Por isso foi convocada uma greve feminista. E é uma greve que tem uma concreção de aspectos econômicos e trabalhistas, mas que é sobretudo social, porque os motivos que nos levam a convocá-la têm muito a ver com a forma desigual como somos tratadas nesta sociedade”, observa Justa Montero, feminista histórica e membro da Comissão 8 de Março.
Quase a totalidade das cidades da Espanha tiveram ações convocadas.