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sábado, 26 outubro 2024
                             

Medo após ataque em Orlando pode favorecer Donald Trump

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Redação PB Vale
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Americanos fazem vigília em homenagem a vítimas de ataque a boate em Orlando (Foto: JANE TYSKA / AP)
Americanos fazem vigília em homenagem a vítimas de ataque a boate em Orlando (Foto: JANE TYSKA / AP)

WASHINGTON – O republicano Donald Trump aproveitou o massacre de Orlando para atacar os democratas. Com um discurso duro, ele se antecipou inclusive às investigações, indicando que se tratava de um ataque terrorista, e reforçou sua proposta de proibir que muçulmanos entrem nos Estados Unidos. A ideia é repetir o que ocorreu após os ataques de Paris e San Bernardino, em 2015, e Bruxelas, em março passado, quando o magnata subiu nas pesquisas na onda do medo dos eleitores. Já Hillary Clinton agiu com mais cautela, mas também aproveitou para defender sua bandeira de restrição às armas.

Oficialmente, ambos os candidatos suspenderam suas campanhas em respeito às vítimas do atentado e a seus familiares. Mesmo longe dos comícios, no entanto, eles aproveitaram as redes sociais e os comunicados oficiais para tentar fisgar o eleitor, que nesses momentos fica mais inseguro e tende a um comportamento mais conservador e defensivo, o que favorece os republicanos. Por outro lado, ataques muito fortes e conclusões apressadas podem soar como oportunistas e demonstrar insensibilidade dos políticos.

“O que aconteceu em Orlando é apenas o começo. Nossa liderança é fraca e ineficaz”, afirmou Trump em sua conta no twitter. “Incidente horrível na Flórida. Orando por todas as vítimas e suas famílias. Quando isso vai parar? Quando ficaremos fortes, inteligentes e vigilantes?”.

Sua campanha enviou uma mensagem informando que este havia sido o segundo ataque de radicais islâmicos em seis meses. “Em seu discurso de hoje, o presidente Obama se recusou até mesmo a dizer as palavras ‘radicalismo islâmico’. Por isso, ele deveria renunciar. E se Hillary Clinton, após este ataque, ainda não consegue dizer as duas palavras, ‘islã radical’, ela deve sair da corrida presidencial”, disse a mensagem assinada pelo candidato republicano.

Fila do sangue. Potenciais doadores responderam à convocação dos médicos e formaram longas filas do lado de fora dos centros de coleta como este, em Jacksonville, na Flórida, para ajudar as vítimas do massacre hospitalizadas (Foto: Bob Self/AP)
Fila do sangue. Potenciais doadores responderam à convocação dos médicos e formaram longas filas do lado de fora dos centros de coleta como este, em Jacksonville, na Flórida, para ajudar as vítimas do massacre hospitalizadas (Foto: Bob Self/AP)

O comunicado chamava o atirador Omar Mateen de terrorista e lembrava que ele é filho de um imigrante afegão. “De acordo com o Pew Research, 99% das pessoas no Afeganistão apoiam a opressiva sharia. Nós recebemos mais de cem mil imigrantes do Oriente Médio a cada ano. Desde o 11 de Setembro, centenas de imigrantes e seus filhos têm sido implicados com o terrorismo nos Estados Unidos”, disse ele, que lembrou que Hillary quer aumentar “drasticamente” essa imigração.

Dados da época dos três ataques indicam que Trump ganhou até cinco pontos percentuais nas simulações de enfrentamento com Hillary Clinton. Foi justamente após os 130 mortos na França que o magnata fez a polêmica proposta de fechar o país aos islâmicos. Ele também usou o medo do terrorismo externo para reforçar sua proposta de muro na fronteira com o México, que seria feito para barrar imigrantes ilegais mas que, de quebra, evitaria a entrada de terroristas.

Trump discursa na Pensilvânia (Foto: JEFF SWENSEN / AFP)
Trump discursa na Pensilvânia (Foto: JEFF SWENSEN / AFP)

MENSAGENS DE APOIO

Já no lado democrata, Hillary anunciou o cancelamento do comício que faria no Wisconsin, na quarta-feira. E aproveitou para defender uma de suas principais bandeiras: o aumento do controle de armas no país. Ela também mandou mensagens de apoio à comunidade gay.

“O atirador atacou uma discoteca LGBT durante o Mês do Orgulho Gay. Por favor, saibam que vocês tem milhões de aliados em todo o nosso país, eu sou um deles”, disse ela em um comunicado, acrescentando uma defesa para a proposta de evitar armas em mãos de “terroristas e criminosos violentos”. Ela afirmou que é o momento de todos ficarem juntos e que rezava pelas vítimas e seus familiares.

A defesa democrata de mais restrições às armas não é aceita pelos republicanos. Após os ataques de San Bernardino, ela e o presidente Obama correram para atacar o episódio como mais um dos recorrentes tiroteios entre americanos, mas depois ficou provado que o ato que resultou em 14 mortes foi uma ação terrorista orquestrada pelo Estado Islâmico.

No Twitter, apoiadores da democrata lembraram que Trump tem o apoio formal da Associação Nacional de Rifles (NRA, na sigla em inglês), lobistas pró-armas. A revista “Slate” lembrou que a NRA afirma que o rifle AR-15 usado no ataque de Orlando é classificado como “para caça e defesa pessoal”.

O senador Bernie Sanders, que segue na disputa pela indicação democrata, apesar da confirmação numérica da candidatura de Hillary, escreveu em sua conta do twitter que “todos os americanos estão horrorizados, revoltados e tristes com a atrocidade terrível em Orlando”.

POR HENRIQUE GOMES BATISTA, OGLOBO

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