
A cúpula do G7 chegou ao fim com um comunicado conjunto que traz os compromissos sobre uma série de questões globais urgentes, mas sem tocar no clima e no meio ambiente, temas que estremeceram a relação do governo Bolsonaro com a comunidade internacional nos últimos dias.
Embora o assunto tenha ficado de fora do documento, o G7 anunciou nesta segunda-feira, 26, desbloquear uma verba de cerca de R$ 91 milhões, para combater os incêndios florestais na Amazônia. O anúncio foi visto como “excelente” pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Já Bolsonaro questionou as intenções que estariam por trás da promessa.
Abaixo, veja os compromissos assumidos por Emmanuel Macron (França), Angela Merkel (Alemanha), Justin Trudeau (Canadá), Boris Johnson (Reino Unido), Shinzo Abe (Japão), Donald Trump (Estados Unidos) e Giuseppe Conte (Itália).
Crise nuclear com Irã
Se antes era a Coreia do Norte que estava no meio de uma crise nuclear, a bola da vez é o Irã. No ano passado, os Estados Unidos subiram o tom das críticas em relação ao país e se retirou do acordo nuclear firmado em conjunto França, Reino Unido, Alemanha, Rússia e China. Para o G7, o objetivo nas relações com o país, daqui em diante, são dois: evitar que os iranianos desenvolvam armas nucleares e agir para manter a estabilidade na região.
Protestos em Hong Kong
Há mais de onze semanas sendo palco de protestos pró-democracia, Hong Kong enfrenta a sua pior crise política desde a devolução à China pelo Reino Unido em 1997. O G7 reafirmou a importância do tratado sino-britânico assinado pelos países em 1984 e que garantiu a autonomia da cidade em algumas áreas e o modelo “um país, dois sistemas”.
Estabilidade no comércio global
O grupo disse comprometido com “comércio aberto e justo”, bem como com a estabilidade da economia global. Firmou, ainda, a intenção de uma reforma na Organização Mundial do Comércio, especialmente focando na proteção à propriedade intelectual, e concordou em atuar para simplificar barreiras regulatórias.
Conflito na Ucrânia
Outro tema polêmico tratado no encontro foi a situação na Ucrânia. Foi justamente por causa da anexação da Crimeia, que fica na região leste da Ucrânia, em 2014, que a Rússia foi expulsa do grupo. Sobre esse assunto, o grupo prometeu reativar cúpula da Normandia, paralisada desde 2016, e que contará com a participação da França, Alemanha, Rússia e Ucrânia.
Neste ano, Vladimir Putin até passou pela França dias antes da cúpula para uma reunião bilateral com Macron que tratou de temas gerais. A Ucrânia, inclusive. Segundo a agência estatal de notícias da Rússia, Tass, Putin admitiu a possibilidade de o encontro acontecer.
Guerra civil na Líbia
A Líbia está no meio de uma violenta guerra civil. De acordo com estimativas da ONU, quase três mil pessoas já foram mortas em embates entre os grupos que disputam o poder no país, o Governo de União Nacional (GNA), reconhecido pela entidade, e os rebeldes liderados por Khalifa Haftar. As potências do G7 se manifestaram em apoio a um cessar-fogo e uma solução política para o conflito.
EXAME.com