Com o objetivo de contribuir para o sucesso da Cúpula Mundial Humanitária, a se realizar em Istambul, na Turquia, no início da próxima semana (23 e 24 de maio), a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, anunciou nesta sexta-feira (20) – em declaração distribuída à imprensa – uma série de medidas para ajudar países pobres que enfrentam crises humanitárias, guerras e catástrofes naturais (terremotos, enchentes, deslizamentos, secas e erupções vulcânicas). As medidas incluem agilidade de desembolso financeiro, aumento do número de financiamentos, ajuda aos governos na elaboração de políticas macroeconômicas e concessão de empréstimos para conter o déficit no serviço da dívida pública de países com população de baixa renda.
Segundo Christine Lagarde, “a necessidade de assistência humanitária atingiu níveis não vistos desde a 2ª Guerra Mundial, [uma situação que deixou] milhões de pessoas em necessidade desesperada de apoio”. De acordo com a diretora do FMI, a concessão de ajuda humanitária é “um dos maiores desafios do nosso tempo.”
Para Christine, a grave situação dos países pobres exige, das nações em condições de ajudar, “uma mudança fundamental [na forma da] ajuda humanitária”. Hoje, segundo ela, não é apenas importante conceder ajuda, mas também “assegurar uma utilização mais eficaz dos recursos escassos“.
A Cúpula Mundial Humanitária é um evento promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), que vai reunir líderes das nações mais desenvolvidas do mundo, visando a discutir formas de ajudar mais de 100 milhões de pessoas que vivem em países pobres afetados por crises e catástrofes naturais.
A inclusão de linhas de financiamentos ágeis para países pobres que enfrentam crises humanitárias, conforme diretrizes do banco, será feita por meio da flexibilização da operação (que normalmente é sujeita a condicionantes). O objetivo dessa iniciativa é restaurar a estabilidade econômica do país beneficiado e dar consistência ao crescimento do programa econômico. Christine Lagarde citou, como exemplos de países com situações humanitárias graves, o Nepal, em decorrência de um terremoto em 2015 que deixou milhares de mortos, e o Vanuatu, em razão da falta de alimentos causada pela passagem do Ciclone Pam, no ano passado.
Ao mencionar a necessidade de aumentar o número de financiamento a países com os quais o FMI já venha realizando ajustes econômicos, Lagarde citou a Jordânia. A economia da Jordânia foi seriamente afetada em razão de conflitos no Iraque e na Síria, que causaram a transferência de centenas de milhares de refugiados para o território jordaniano.
Com relação à decisão do FMI de ampliar o financiamento aos países de baixa renda para satisfazer os pagamentos do serviço da dívida, o objetivo é aliviar as restrições orçamentárias de nações que enfrentam epidemias. Guiné, Libéria e Serra Leoa, que sofreram graves problemas de saúde pública, em decorrência do surto de ebola, estão entre os países beneficiados pelo FMI , inclusive com a concessão de financiamentos com taxas de juros equivalentes a zero.
A assistência a ser dada pelo FMI aos governos na elaboração de políticas macroeconômicas tem a intenção de evitar que o programa visando a combater a crise humanitária seja prejudicado por uma eventual “instabilidade macroeconômica”, disse Christine Lagarde.
A diretora acrescentou que o FMI está comprometido em aprofundar compromisso com os países de economia frágil. ajudando-os a “implementar investimentos públicos” e a “responder a choques adversos”.
“As crises humanitárias exigem ações preventivas. O FMI está empenhado em desempenhar plenamente o seu papel, trabalhando em colaboração com os governos e agências internacionais, e utilizando os seus recursos financeiros, competência política e assistência técnica”, finalizou Christine Lagarde.
Por José Romildo – Correspondente da Agência Brasil