Os presidentes de Cuna, Raúl Castro e dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciaram nesta quarta-feira (17) o restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países e Washington deve estabelecer uma embaixada em Havana nos próximos meses. Estados Unidos e Cuba estão separados apenas por 150 quilômetros pelo Estreito da Florida e não têm relações diplomáticas oficiais desde 1961.
“Chegamos ao acordo do restabelecimento das relações diplomáticas, ainda que isso não queira dizer que o principal tenha sido resolvido, que é o bloqueio econômico, comercial e financeiro que provoca grandes danos e deve acabar”, afirmou Raúl Castro em discurso transmitido por cadeia de rádio e televisão.
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O embargo econômico, comercial e financeiro contra Cuba foi imposto pelos Estados Unidos em 1962, depois do fracasso da invasão à ilha, para tentar derrubar o regime de Fidel Castro em 1961, que ficou conhecida como o episódio da Baía dos Porcos.
Obama disse que iniciará diálogos com o Congresso americano para debater o fim do embargo americano a Cuba.”Nem americanos nem cubanos se beneficiam de políticas que foram estabelecidas antes de que muitos de nós tivessem nascido”, disse o presidente americano.
Vaticano
O papa Francisco e o Vaticano desempenharam um papel como intermediários para a aproximação. Em nota divulgada no site do Vaticano, o papa expressou “profunda satistação com a histórica decisão do governo dos EUA e de Cuba de estabelecerem relações diplomáticas a fim de superarem no interesse de seus respectivos cidadãos, as dificuldades que tem marcado sua história recente.
O papa enviou cartas com um apelo pessoal a Barack Obama e a Raul Castro “para convidá-los a resolver questões humanitárias de interesse comum, incluindo a situação de alguns presos, a fim de iniciar uma nova fase nas relações entre as duas partes”, segundo a nota, e o Vaticano acolheu delegações dos dois países para chegarem a um acordo.
Libertação de presos
Nesta Manhã, Cuba liberou o espião norteamericano Alan Gross, detido no país há cinco anos e sentenciado pela justiça local a 15 anos de prisão por encabeçar um projeto para introduzir satélites de forma ilegal na ilha do Caribe. Castro anunciou que os espiões cubanos que permaneciam presos nos Estaos Unidos também foram liberados e já se encontram em Cuba.
Pouco depois, René González, um dos cinco presos nos EUA liberado em 2011 após cumprir 15 anos de prisão , anunciou em sua conta na rede social Twitter que a Oficina de Prisões Federais mudou a data de saída de seus três companheiros que ainda permanecem encarcerados para este 17 de dezembro.
René González, Fernando González, Gerardo Hernández, Antonio Guerrero e Ramón Labañino, foram detidos em 1998 na cidade de Miami, EUA, por espionarem grupos extremistas que organizavam e financiavam ações violentas contra Cuba. Os dois primeiros já estavam em liberdade, após cumprirem suas condenações.
Da redação, com agências públicas de notícias Lusa e Telesur