O fenômeno do aquecimento global começa a afetar vilarejos no Alasca de forma direta, O estado está está esquentando cerca de duas vezes mais rápido do que o resto dos Estados Unidos. O governo identificou pelos menos 31 cidades correndo risco iminente de inundação. Ao não encontrar uma solução, os povoados estão se mudando para terrenos mais elevados.
Especialistas defendem que em 2050, algumas vilas não serão habitáveis no Alasca. Atualmente, os habitantes ameaçados enfrentam uma difícil escolha: podem se mudar para um terreno mais elevado, o que custaria cerca de US$ 200 milhões para um povoado pequeno, ou ficar no mesmo local, e aguardar dinheiro do governo para fortificar suas construções e reforçar o litoral.
Shishmaref e Kivalina são dois vilarejos que decidiram subir a costa ocidental após votação. Mas, segundo o jornal Zero Hora, o processo de mudança pode demorar anos, ou mesmo décadas.
Uma estimativa aponta que um vilarejo chamado Shaktoolik está perdendo em média 3.540 metros quadrados (quase meio hectare) a cada ano. Agnes Takak, assistente administrativa da escola do vilarejo, revelou momentos de terror durante a última grande tempestade no local. “Foi bem assustador. Parecia que as ondas poderiam nos encobrir, mas, felizmente, não aconteceu”, contou.
Após diversas reuniões e pedidos por suporte financeiro do governo não serem atendidos, os moradores de Shaktoolik decidiram que ficariam no local. “Estamos fazendo as coisas por conta própria”, explica o prefeito, Eugene Asicksik.
Em nova proposta de orçamento de 2017, o presidente dos EUA Brack Obama incluiu um orçamento de US$ 400 milhões destinados à transferência de vilarejos ameaçados. Porém, o destino da realocação é incerto.
Axel Jackson, membro da Câmara dos Vereadores, fez uma crítica ao afirmar que o governo federal gasta bilhões em guerras, “mas ainda nos trata como se fôssemos um país do terceiro mundo”, diz. “Queria que eles viessem e passassem um dia em uma das nossas tempestades”, completa.