Os empresários argentinos Hugo e Mariano Jinkis, acusados de envolvimento no escândalo da Fifa, entregaram-se hoje (18), em Buenos Aires, ao juiz Carlos Bonadio. Pai e filho estavam sendo procurados desde 27 de maio pela Interpol, a pedido da Justiça dos Estados Unidos, que pede a extradição deles para julgá-los pelos crimes de associação ilícita e lavagem de dinheiro.
Nove dirigentes da Fifa e cinco empresários (três deles argentinos) estão envolvidos no escândalo, que é investigado há três anos por três órgãos do governo dos Estados Unidos: Departamento da Justiça, Departamento Federal de Investigação (FBI) e o IRS (Receita Federal).
Os crimes, cometidos ao longo dos últimos 20 anos, incluem superfaturamento em contratos de fornecimento de material desportivo, subornos para venda dos direitos de transmissão dos jogos e compra de votos para escolha de sedes da Copa do Mundo.
No dia 27 de maio, as autoridades suíças prenderam em Zurique sete dos acusados. Os três argentinos conseguiram escapar. Antonio Burzaco, de 50 anos, era presidente da empresa Torneos y Competencias e foi acusado de pagar subornos de até US$ 110 milhões para obter lucrativos contratos de transmissão de jogos. Como ele também tem cidadania italiana, fugiu para a Itália, onde se entregou em 9 de junho.
Hugo Jinkis, de 70 anos, e o filho Mariano, de 40 anos, são responsáveis pela empresa Full Play Group. Eles estavam escondidos na Argentina, aguardando decisão a um pedido dos advogados para que aguardassem o julgamento em liberdade. O pedido foi rejeitado e eles se entregaram. Burzaco e os Jinkis preferem ser julgados na Argentina, onde teriam de responder por evasão de impostos, do que nos Estados Unidos, onde foram acusados de associação ilícita e lavagem de dinheiro.
“Estamos ainda no início de um processo. Temos de esperar o que dirá o juiz”, informou o advogado dos Jinkis, Jorge Anzorreguy. Segundo o advogado, a primeira etapa será receber a documentação dos Estados Unidos, justificando o pedido de extradição, e a decisão do juiz Antonio Bonadio, sobre a melhor forma de encaminhar o processo. O advogado pediu que Hugo Lynch ficasse em prisão domiciliar, por causa da idade.
Os Estados Unidos – que sequer são conhecidos como país amante do futebol – alegam que estão investigando a corrupção na Fifa, porque os acusados usaram seus bancos para realizaroperações ilícitas.
Por Monica Yanakiew