Acusado durante os 28 anos em que esteve no comando de um talk-show de falar mais que os convidados, Jô Soares honrou a fama e fez da sua última entrevista no formato na Rede Globo, com o cartunista e amigo pessoal Ziraldo, uma espécie de auto-entrevista. Naturalmente: era o momento, por mais que dissesse que queria um programa “comum”, de fazer um balanço.
Ziraldo foi apenas o espelho com que Jô pôde se enxergar, relembrar a trajetória e rever trechos de conversas que teve com as tradicionais canecas que acompanham a decoração do programa, enfileirados em clipes divertidos, quase todos com convidados anônimos.
Ao final, o que ele chamou de “fecho de ouro”: um trecho da entrevista com Roberto Marinho que foi ao ar na estreia da atração na Globo, em 2000, depois de doze anos no SBT — outro ex-patrão, Silvio Santos ganhou agradecimento duas vezes no início do programa, por ter “aberto a porta” para o projeto do humorista que Boni não quis bancar no Rio. “Um até logo, e a gente volta já”, finalizou Jô, como se terminasse mais uma noite qualquer.
Do PBVale, com Revista Veja