Nada melhor que chegar ao hospital, necessitado, para si ou para terceiros, e ser bem atendido pelos operadores daqueles serviços. Estive pela primeira vez, no HGM – Hospital Geral de Mamanguape, por conta do acometimento de uma forte dor de ouvidos, em meu neto João Lucas, nove anos. Em lá chegando fomos muito bem acolhidos pelos atendentes. Inclusive, não demorou o chamamento ao gabinete da médica, Dra. Adna, salvo engano, bem dinâmica e comprometida com o que estava fazendo – analisei.
A minha mãe costumava dizer: “Quando chego ao consultório, só em ver o médico, já me sinto aliviada do mal que me levou até ele”. Pura verdade! Só que naquela época, para diagnosticar, medicar e curar seus pacientes, os médicos não eram subordinados ao aparelhamento que hoje tomou conta do ambiente médico. A principal ferramenta do médico, naqueles idos, era o amor que sentiam pelo que faziam; De coração pra coração, como dizia o slogan de conhecido médico/político paraibano.
Infelizmente não é mais assim. Agora, toda vez que você se apresenta ao médico, seja lá qual for o seu caso, ele não mais assume sozinho o diagnóstico, sempre tem por perto alguns apetrechos, representados por instrumentos simples ou sofisticados, que servem como suporte às suas conclusões. É mesmo assim.
No HGM não foi diferente. A médica, para melhor examinar o ouvido de João Lucas, precisou se valer de um otoscópio (pequeno aparelho que serve para inspecionar a membrana timpânica), o qual se encontrava simplesmente sem as pilhas, seriam apenas duas, daquelas de tamanho médio. Quando me animei a ir providenciar a compra das dita cujas, de logo apareceu um diligente funcionário se prontificando a fazê-lo. E o fez.
Entendo como desnecessário discorrer sobre o constrangimento a que foi submetida a jovem médica, juntamente com os demais funcionários de plantão, ao testemunharem esse inconveniente fato. Um pequeno detalhe? Sim. E daí?
Ninguém de sã consciência poderá negar a grandiosidade de uma obra, que tem a capacidade de beneficiar na área de saúde, uma comunidade tão extensa e carente como é o vale do Mamanguape.
O que é questionável, isto sim, é ver um empreendimento tão importante para nossa sociedade, como é o caso desse hospital, depois de tanto sacrifício para ser construído, ser entregue nas mãos de gestores incompetentes, que não cuidam de pequenos detalhes, que podem fazer a diferença.
Não sou contra a parceria do governo com algumas empresas particulares, mesmo através da privatização, desde que o governo, de contrato firmado em termos transparentes, não abra mão de exercer o seu poder, de fiscalizar o funcionamento regular de sua obra, (que pertence ao povo). Administrar um hospital não é diferente de administrar outra empresa. É só uma questão de competência.
Claro que cabe a nós fiscalizar. E eu estou fazendo a minha parte!
Por Sebastão Gerbase (Basinho)