Nos idos de 1966/1971 a Paraíba foi governada por um dos políticos brasileiros mais respeitados à época, o catoleense João Agripino de Vasconcelos Maia Filho.
Sertanejo de fibra, administrador de pulso forte, que impunha respeito a todos sem perder a admiração de seu povo, de peculiaridades inconfundíveis na sua forma de fazer política, João Agripino tem cadeira cativa na seleta galeria dos homens públicos que merecem a minha admiração.
Gosto de relembrar uma de suas pitorescas passagens, que presenciei aqui em Salema, distrito de Rio Tinto, onde moro. Eu garoto, curioso e metido a me infiltrar onde achava que me cabia, o prefeito da época era o saudoso Dr. Dirceu Monteiro Pontes, e a presença do governador se devia à inauguração de uma escola que ainda hoje funciona.
Sentados na calçada da Sede do clube local, o prefeito, o governador e seu amigo Zé Barbosa de Baía da Traição, e outros, eu inclusive, e um cidadão com um balaio vendendo amendoim. Quem pagou a conta, eu não lembro.
Depois de comer o amendoim e fumar um cigarro, que ele mesmo tirou do bolso da camisa do amigo Zé Barbosa, o governador dirigiu-se a uma “lapinha” que tinha em frente, e danou-se a dançar forró com uma das filhas do finado “Regalia”.
Hoje, em Mamanguape, não se fala noutra coisa: O governador Ricardo Coutinho, ao término dos trabalhos desenvolvidos na última plenária do Orçamento Democrático, que aconteceu no auditório da Escola Técnica, foi visto naquela rua por trás da Farmácia de Cabral, num estabelecimento comercial simples, comendo tapioca.
Ao atual governador também são atribuídas outras características que lembram muito bem João Agripino.
Por exemplo: Enquanto o ex-governador cunhou a frase “funcionário público é o câncer da Nação”, o atual governador trata o funcionário público como sendo o câncer de seu governo, tendo como agravante o funcionário aposentado. A diferença, obviamente, está na coragem de assinar o “diagnóstico”.
Por Sebastião Gerbase (Basinho)