É sério – volto a repetir – estou, cada vez mais, com muito medo. E não acredito que seja somente a mim, que essa terrível sensação de medo esteja atormentando. O crescimento da violência não tem mais limite. É incrível. Onde quer que estejamos o assunto dominante gira sempre em torno de violência, de insegurança, de impunidade. É como se as autoridades constituídas tivessem perdido totalmente o controle dessa área. E eu acredito que sim. Pois, enquanto o governo alardeia alto e em bom som, a injeção de milionários investimentos direcionados ao sistema de segurança pública, os resultados, na prática, não têm sido suficientes para, pelo menos, abrandar o nosso medo.
A própria polícia trabalha com medo. Medo de fazer tudo certinho, e logo em seguida ver o seu trabalho desqualificado, desmoralizado, não valer de nada. Como já ouvi algumas vezes: “É como se a gente estivesse enxugando gelo”.
E é verdade. A coisa é muito mais séria do que se possa pensar. Só não vê quem não quer.
Não adianta o governo se valer de estatísticas, na tentativa de justificar algo tão sério, como quem diz: ”Estou fazendo a minha parte”, se não consegue acalmar o nosso medo, se não consegue amenizar o perigo que continua rondando os nossos arredores.
Acabamos de sair de uma campanha eleitoral. Os eleitos foram diplomados recentemente. No dia 1º de janeiro estarão assumindo suas funções, alguns reassumindo. Votei pela reeleição do atual governador, e pela reeleição do deputado federal Efraim Filho. Para deputado estadual votei em Ricardo Barbosa. Nenhum dos três me pediu diretamente o voto. Convenceram-me. Foram votos de confiança.
No decorrer desse mandato, que se iniciará no próximo 1º de janeiro, espero continuar acreditando que não errei. A partir dali insistirei em manter intacto o meu crédito de confiança, na esperança de que algo eles venham a fazer, efetivamente, no sentido de abrandar o nosso medo. Cobrarei.
Por Sebastião Gerbase (Basinho)