O senador José Maranhão (PMDB) que já tem mais de 60 anos de vida pública, foi o entrevistado desta segunda-feira (2) do programa Rede Verdade da TV Arapuan e afirmou que a crise pela qual o país passa não é maior de todos os tempos: ‘Fui testemunha de três grandes crises”.
“Estamos vivendo um estado de direito, não significa que temos a melhor democracia do mundo, nem a melhor gestão, o Brasil está passando por uma crise, mas não diria sem precedentes porque eu mesmo fui testemunha ao longo do tempo de três grandes crises, como a de 64 com o golpe, antes dela o suicídio de Getúlio (…) e a ditadura militar”, comentou.
Maranhão fez uma retrospectiva da sua carreira política. Ele lembrou que começou em 1954 como deputado estadual e que foi eleito para mais três mandatos até ter seus direitos políticos suspensos por dez anos pela Ditadura Militar. Maranhão lembrou também que ficou 13 anos em vez de 10 com os direitos políticos cassados, já que no ano que ele poderia retornar não aconteceu eleição e então em 1982 ele já retornou como deputado federal.
O peemdebista afirmou que a crise que enfrentou o presidente Getúlio Vargas, culminando com o seu suicídio não aconteceu por questões éticas ou mesmo econômicas, mas transcendia, pois o que se queria mesmo era depor, desmoralizar o governo nacionalista que estava tratando de questões fundamentais, especialmente em toda a América Latina que era a soberania dos Estados-Países, como o Brasil. “Alguns já estavam subjugados por regimes ditatoriais (…) O suicídio de Vargas abortou o golpe em um período de quase 10 anos, foi tão dramático que levantou a consciência nacional para os reais problemas, mas isso durou apenas 10 anos e depois com a deposição de João Goulart, o processo voltou com muita força, permitindo que o regime militar dominasse o país por 21 anos”, comentou.
Maranhão lembrou que esteve presente na renúncia de Jânio Quadros, na tentativa de golpe mal sucedida e na cassação de Collor, desta vez já no congresso. “Participei de todos esses episódios e posso dizer que a crise de hoje não é tão grande como a que culminou no suicídio de Vargas”, pontuou.
Marília Domingues