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sábado, 3 maio 2025
                          

Análise do 1º turno do Campeonato Brasileiro 2019 – por Thales Carneiro

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Redação PB Vale
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No último domingo (15) tivemos o encerramento da 19ª rodada e, com ela, o 1º turno do principal campeonato de futebol de nosso país: o Brasileirão de 2019. Turno esse vencido simbolicamente pelo Flamengo, já que não existe prêmio para vencedores de turno, apenas a estatística de que em 16 edições do Brasileirão da era dos pontos corridos, ou seja, de 2003 para cá, apenas 4 equipes que terminaram o 1º turno na liderança não venceram o torneio ao seu término. Dito isso, resolvi, através de uma análise que sempre faço ao longo das rodadas, assistindo jogos, debatendo comigo mesmo, ouvindo e assistindo a opinião de comentaristas mais famosos e experientes do que eu, fazer um balanço deste 1º turno.

Começo esta análise com a arbitragem, esse ano com a novidade do uso do árbitro de vídeo, o VAR (VÍDEO ASSISTANT REFEREE), o que observou-se é que, em comparação com outras competições, o uso do VAR no Brasileirão só não é pior que o uso na Copa América e na Libertadores, pois o uso do VAR acentuou nessas competições que citei, a má qualidade da arbitragem e, como estamos falando do Brasileirão, a arbitragem brasileira. O que vemos, rodada a rodada é um critério confuso, onde um aplica e outro não, falta de entrosamento entre o árbitro de campo com o da cabine, insegurança para tomada de decisões, parece um complô para mostrar que o VAR não presta. Quando comparamos o uso do VAR no Brasileirão com o uso no Campeonato Inglês, vemos o abismo gritante da qualidade entre as duas arbitragens. Tudo isso some a catimba, as simulações e, principalmente, a péssima educação e falta de respeito a arbitragem do jogador brasileiro. É incrível vê, por exemplo, um jogador de anos de Europa que é o lateral Rafinha do Flamengo, o quanto ele questiona a arbitragem durante os jogos e, que se você for revê seus jogos enquanto estava na Europa, você não verá tal atitude, mas no Brasil essas atitudes dos jogadores em campo tornaram-se em algo cultural em nosso futebol, mas não deixa de tornar o jogo feio e mal disputado. Lógico que isso passa pela falta de autoridade também do árbitro, que não sabe se impor, muito devido ao que já foi dito, transformando isso num círculo vicioso. Sábado à noite assisti a uma entrevista, no Programa “Bola da Vez”, do Presidente Nacional da Arbitragem, o ex-árbitro e comentarista de arbitragem da Globo, Leonardo Gaciba, e nesta entrevista foi abordado tudo isso, e ele falou que tem iniciado um processo de tentativa de melhoramento da arbitragem nacional, através de melhoria de estrutura, de mais cursos, de mais testes, torçamos para que tenhamos um futuro melhor no tocante a arbitragem.

Minha análise agora passa pelos cartolas de nossos clubes, que mais um ano vem protagonizando um pouco mais do mesmo, em termos de incompetência e falta de planejamento para os seus respectivos clubes, salvando-se raríssimas exceções, como Grêmio, Internacional, Fortaleza e Bahia (incluo o Bahia, pois assisti a uma entrevista do presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, e achei uma explicação plausível para troca de treinador, quando ele trocou Enderson Moreira, hoje no Ceará, por Roger Machado), estão seguindo uma linha de trabalho e o Fortaleza que perdeu Rogério Ceni para o Cruzeiro. Pois é, mais um ano e a troca excessiva de treinadores continua, contratam sem qualquer convicção, de forma aleatória, onde muitas vezes o motivo de não ter dado certo o trabalho passa pela escolha do perfil do treinador. Vejamos o exemplo do cultuado líder Flamengo, não esqueçam que o time começou o ano e, consequentemente o brasileiro com Abel Braga no comando, treinador super competente, campeão brasileiro, da libertadores e mundial, mas possui um estilo de jogo que privilegia a marcação, é o estilo de jogo dele, quem não lembra a final do mundial em 2006, entre Internacional e Barcelona, onde o Barça massacrou o jogo todo, Ronaldinho Gaúcho, Messi e Eto’o cansaram de perder gol, em muitos momentos ficaram encaixotados na marcação do time gaúcho, numa única oportunidade de contra-ataque, Iarley enfia uma bola açucarada para Adriano Gabirú e ele marca o gol da vitória de 1 a 0 e o Internacional se tornava campeão mundial naquele ano. Exemplo do estilo de jogo de Abel, então porque a diretoria do Flamengo, que estava montando uma equipe ofensiva, que tinha como plano A Sampaoli, que acabou indo para o Santos, trouxe Abel? Vocês estão vendo a incoerência? Palmeiras trouxe Felipão ano passado como o salvador da pátria, ganhou o brasileiro de 2018, com méritos, até a parada da copa ostentava o recorde de mais de 30 partidas sem perder, com 8 rodadas a maioria dos comentaristas já cravavam o Palmeiras campeão. Foi eliminado na Copa do Brasil, foi eliminado da Libertadores, caiu de produção no brasileiro, Felipão foi demitido, não presta mais, não levam em consideração o imponderável, e se na partida contra o Grêmio a bola de William no 1º tempo entra, se o árbitro dá o pênalti no final do jogo, isso não é analisado, sem contar nas contratações sem sentido, traz Ricardo Goulart, excelente jogador, mas estava se recuperando de uma grave lesão, ficou alguns meses, quando ficaria até o fim do ano, e foi embora, chamado pelo seu clube. Trouxe Ramires, a alguns meses sem jogar e contundido, já fazem 3 meses e segue no DM. Trouxe Dourado se recuperando também, tinha Arthur, emprestou sem dá uma oportunidade efetiva ao rapaz, trouxe agora Luiz Adriano que parece que vai engrenar. Trás agora Mano Menezes, para o lugar de Felipão, que não servia mais no Cruzeiro, lembrando que seu estilo de jogo se assemelha bastante ao de Felipão. O restante da cartolagem apresenta um comportamento semelhante, tudo um pouco mais do mesmo.

A liderança do Flamengo, capitaneado por Jorge Jesus e o sucesso do Santos de Sampaoli nos trazem diversos ensinamentos. Primeiro que os nossos técnicos precisam está em constante evolução e temos uma boa geração como Renato Gaúcho, Tiago Nunes, Roger Machado, Rogério Ceni, Fernando Diniz dentre outros, que possuem um estilo de jogo que dá preferência a posse de bola e ao ataque em velocidade. Temos também os nossos treinadores mais conservadores como Mano, Felipão, Oswaldo, Vanderlei, Cuca, mas que tem observado que não são os detentores da verdade absoluta sobre como treinar. Segundo, que dá para vencer jogando de forma organizada, ofensiva e fazendo gols, e os dois estrangeiros fazem isso porque possuem o respaldo de suas respectivas diretorias, diferentemente dos outros, que muitas vezes jogam de forma pragmática, visando apenas o resultado, para manutenção de seus empregos, criando um círculo vicioso de um jogo chato, lento, mal jogado, onde os jogadores tem medo da bola, jogando a responsabilidade para o adversário. Talvez a grande diferença dos dois estrangeiros em relação aos demais treinadores nacionais é a intensidade com a qual seus times jogam, Flamengo e Santos imprimem uma intensidade muito grande, tanto na aplicação tática, quanto na marcação e tanto no ataque, o resultado está aí.

Temos agora mais um turno pela frente, mais 19 rodadas, quem melhor está jogando e quem mais transmite confiança está liderando o campeonato. Como falei no inicio deste texto, apenas 4 vezes em 16 edições, o time que terminou o 1º turno do brasileiro não venceu no fim. No futebol as coisas mudam muito rapidamente, o que é formidável hoje, amanhã pode não ser mais, uma eliminação na libertadores pode trazer uma instabilidade ao time e mudar tudo, quebrar o encanto. Mas aquele que melhor transmite confiança é o mais provável para vencer pelo menos uma das duas competições que disputa, isso é inegável, é esperar e torcer para vê.

Por Thales Carneiro

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