Sobe para 18 o número de mortos no acidente envolvendo um ônibus fretado que capotou, na noite desta quarta-feira (8), na Rodovia Mogi-Bertioga, no limite entre as cidades de Mogi das Cruzes e Bertioga, em São Paulo. De acordo com informações do Hospital Santo Amaro, que recebeu vítimas do acidente, duas garotas morreram na manhã desta quinta-feira (9). Outras quatro pessoas, sendo duas em estado grave, continuam no hospital de Guarujá.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, 15 pessoas, incluindo o motorista, morreram no local do acidente, uma no Pronto Socorro de Bertioga e, agora, duas no Hospital Santo Amaro.
Um dos sobreviventes disse que o ônibus estava descontrolado. “Na terceira vez que ele repetiu o movimento [de tentar fazer a curva] de forma brusca e invadindo a pista, percebemos que havia algo errado. Começaram a pedir para que colocássemos o cinto. Eu coloquei e aí começou a gritaria, as pessoas se desesperaram e percebi que o meio fio estava cada vez mais próximo, foi quando capotamos”, disse Wanderson da Silva, de 24 anos.
Os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Guarujá para reconhecimento.
Além das vítimas fatais, outras 28 pessoas ficaram feridas e foram levadas para diferentes hospitais da região da Baixada Santista e de Mogi das Cruzes.
Pela manhã, a falta de informações provocou confusões. O pai de um dos estudantes que estava dentro do ônibus chegou a ser avisado que o filho havia morrido em decorrência do acidente, mas, ao chegar no hospital, encontrou o jovem de 21 anos vivo, apenas com ferimentos leves.
O acidente
O veículo levava estudantes de três unidades de ensino da cidade de Mogi das Cruzes para o município de São Sebastião. Antes do acidente, o ônibus seguia em comboio com outros três veículos quando, no Km 84, o motorista perdeu o controle ao bater em um rochedo na pista contrária, capotou e caiu em um barranco.
De acordo com o delegado Fábio Pierri, não chovia e não havia neblina no momento do acidente, mas a pista poderia estar escorregadia.
Em entrevista, ele afirmou que o motorista estava em alta velocidade. Porém, disse que ainda é cedo para fechar o caso. “Inicialmente posso falar que houve excesso de velocidade. Ele [motorista] estava a mais de 80 km/h”, disse Pierry. A placas no local do acidente indicam limite de 60 km/h.
“Não descartamos que o motorista possa ter dormido. Temos que montar o quebra-cabeça de tudo. A perita afirmou que o ônibus tombou na pista, foi arrastando, arrancando árvores e caiu na valeta. Por algum motivo ele tombou e temos que montar para ver o fator determinante disso”, reforçou.
Segundo a Artesp (agência de regulação), a Viação União do Litoral Transporte e Turismo Ltda está cadastrada para fazer serviço de fretamento. O veículo envolvido no acidente foi vistoriado em 2015, e esta vistoria tem validade até 26 de agosto de 2016. A credencial da empresa, que deve ser renovada a cada cinco anos, termina em 31 de outubro de 2016 e pode ser renovada se cumprir todas as determinações legais.
A rodovia foi totalmente interditada e todas as vítimas com vida foram resgatadas. Elas foram levadas para o Hospital Municipal de Bertioga, para o Hospital Santo Amaro, em Guarujá, e para o Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo, que fica em Mogi das Cruzes.
Um guincho removeu o veículo do local no início da manhã, e a pista acabou sendo totalmente liberada por volta das 6h55.
Equipes do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do litoral de São Paulo, e também de municípios próximos da região, foram deslocadas para prestar atendimento às vítimas.
Luto em universidade
A Universidade Braz Cubas, em Mogi das Cruzes, decretou luto nesta manhã, mas as atividades não foram suspensas. Como o reconhecimento dos corpos ainda é feito, a instituição não tem a lista dos alunos da faculdade que morreram.
Em nota, a UBC informou que “consternada com o grave acidente ocorrido na noite de ontem, solidariza-se com os familiares das vítimas e decreta Luto Oficial, sem suspensão das atividades acadêmicas e administrativas.”
Por Alexandre Lopes e Mariane Rossi