“A violência no Brasil tem cor, raça, geografia e faixa etária”. O desabafo é do secretário nacional da juventude, Assis Filho, em entrevista concedida nesta segunda-feira (11). Assis comenta o mais recente resultado do Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (IVJ) 2017. O balanço indica que jovens negras têm, em média, 2,19 mais risco de serem assassinadas no do que as brancas no Brasil.
Os dados traçam um raio-x das mortes violentas envolvendo jovens brasileiros. Segundo o jornal O Globo, a pesquisa foi desenvolvida pela Secretaria Nacional de Juventude, Unesco no Brasil e Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Considerando os homens, o alerta de perigo é ainda maior: os negros de 15 a 29 anos têm 2,71 mais chances de serem mortos do que os brancos no país.
O IVJ ainda considera regiões. Nos cálculos do estudo, o resultado é pior em 24 estados e chega a 12,68 em Alagoas. No Rio Grande do Norte, também no Nordeste, as negras correm 8,19 vezes mais perigo em comparação às brancas. No Amazonas, as contas chegam a 6,97. No Rio de Janeiro, o número é de 1,55.
Em Alagoas e Roraima, o estudo não contabilizou nenhuma morte de jovem branca no ano retrasado. Em apenas um estado do Brasil, as brancas morreram mais do que as negras, o Paraná. O estudo foi realizado em 2015, considerando negros e pardos.