O ministro da Defesa, Raul Jungmann, confirmou hoje (13) o envio de tropas federais e de militares para o estado do Rio de Janeiro, a pedido do governador, Francisco Dornelles. Os detalhes do início das atividades e o contingente que vai reforçar o patrulhamento da Polícia Militar ainda estão sendo definidos com as autoridades estaduais.
“Nesse momento, estamos analisando com outros órgãos e ministérios a resposta a ser dada, mas o presidente [Michel] Temer nos permite antecipar que sim, vamos procurar, de alguma forma, apoiar os esforços do Rio de Janeiro, no que diz respeito à segurança”, afirmou o ministro, em entrevista, após a 13ª Conferência de Segurança Internacional do Forte de Copacabana.
Ontem (13), o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, que está de saída do cargo, defendeu a ajuda de órgãos federais, citando as Forças Armadas, para estabelecer o controle em áreas hoje conflagradas. Depois de 10 anos no cargo, Beltrame deixa a secretaria reconhecendo limitações no projeto das unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
Diante das críticas de intervenção militar no Rio, por causa de outras atuações das forças armadas, como a controversa ocupação da Maré pelo Exército, por mais de um ano, para a Copa do Mundo em 2014, e as próprias UPPs, o ministro da Defesa não deu detalhes da atuação militar.
Plano de segurança
Dando destaque para a situação no Rio, que contou com tropas federais para conter onda de violência durante o primeiro turno das eleições, o ministro também revelou que o estado está no “topo das preocupações” do governo federal e terá destaque em um plano de segurança preparado sob coordenação do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. “Dentre as preocupações nacionais, há uma preocupação, eu diria, pontual, que tem um grau de emergência e importância, com o Rio de Janeiro”, acrescentou, lembrando a solicitação de Dornelles.
Jungmann também adiantou que participará de um grupo, convocado pela presidenta do Supremo Tribunal Federal, Carmem Lúcia, para discutir desafios na segurança pública do país. A primeira reunião será no dia 28 de outubro e contará com representantes do Ministério da Justiça, da Polícia Federal, Agência Brasileira de Inteligência, do Gabinete de Segurança Institucional e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em um primeiro momento, antecipou.
“A ideia é discutir um plano de ação, atribuir responsabilidades e meta a cada um dos integrantes e, evidentemente, tornar público isso”, revelou. “Não me indaguem que plano será esse porque recebemos um convite e não é de bom tom já saber o que fazer, sem ser reunido pela anfitriã”, acrescentou sem dar detalhes da reunião. A convocação foi feita ontem durante almoço de Carmem Lúcia com o ministro, os comandantes das três Forças Armadas e o chefe do Estado-Maior. O convite foi feito no âmbito do Conselho Nacional de Justiça, órgão do qual Carmem Lúcia também é presidenta.
Com informações da Agência Brasil