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domingo, 24 novembro 2024
                             

Comissão Nacional da Verdade entrega relatório final ao Arquivo Nacional

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Redação PB Vale
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Arquivo Nacional
Arquivo Nacional

Testemunhos de vítimas e familiares, depoimentos de agentes da repressão política e 47 mil fotografias estão entre os mais de 100 mil documentos sobre violações de direitos humanos cometidos durante o regime militar, produzidos pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) e entregues hoje (24) ao Arquivo Nacional, no centro do Rio. Os documentos passam por um processamento técnico e de digitalização e estarão disponíveis ao público a partir de 15 de agosto pela internet.

O coordenador da CNV, Pedro Dallari, ressaltou que parte da publicação, que resultou em três volumes, pode ser acessada online no portal do órgão onde é possível fazer o download dos mais de 4 mil documentos citados no relatório.
 
“Aqueles documentos que são expressamente mencionados no relatório já estão disponíveis na internet, basta clicar no nome do documento. O pesquisador pode ter acesso aos documentos sem sair do lugar. Mas o volume total dos mais de 100 mil documentos, creio, até o final do ano estará disponível pela internet”, explicou. Laudos periciais, autópsias e todo o material filmado das diligências e audiências também estão integralmente reproduzidos e acessíveis na internet.
 
Dallari adiantou que a Casa Civil está providenciando a tradução em inglês dos volumes 1 e 2, e que a Universidade de São Paulo busca junto à Universidade de Salamanca, na Espanha, traduzir partes do acervo para o espanhol.
O ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Pepe Vargas, assinou a portaria que formaliza a entrega do acervo documental ao Arquivo Nacional. Para ele, a divulgação e promoção do conteúdo do acervo podem ajudar a prevenir novas violações.
“Lamentavelmente, ainda assistimos violações de direitos humanos perpetradas cotidianamente por agentes públicos. Precisamos, ao resgatar a memória, ao buscar a verdade, também fazer a prevenção”, disse ele ao citar o desaparecimento do pedreiro Amarildo, como um dos exemplos.
“Precisamos não apenas colocar luz sobre o nosso passado, mas também trabalhar para termos mecanismos de prevenção. Quando vemos situações onde pessoas saem às ruas para reivindicar o retorno da ditadura, que violou direitos, vemos que o trabalho de memória e verdade é mais do que necessário para construir uma cultura de direitos humanos”.
Agência Brasil
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