As principais centrais sindicais do país convocaram uma greve geral para hoje (28) em protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência, que tramitam no Congresso Nacional, e a Lei da Terceirização. Várias categorias profissionais realizaram assembleias e anunciaram adesão ao movimento.
São Paulo
No estado, pelos menos 15 categorias informaram que vão parar, entre elas os metroviários de São Paulo (com exceção da Linha Amarela), ferroviários (Linhas 7, 10, 11 e 12 da CPTM não funcionarão); professores da rede pública estadual, municipal e particular, bancários de São Paulo, Osasco e região; servidores municipais, trabalhadores da Saúde e Previdência do estado e metalúrgicos do ABC.
Também vão parar os rodoviários de São Paulo, Guarulhos (paralisação de 24 horas com contingente de 30% das frota), Santos, Campinas, Sorocaba e região; petroleiros das refinarias de Paulínia (Replan), Capuava (Recap) de São José dos Campos e Cubatão; portuários de Santos; petroleiros das refinarias de Paulínia (Replan), Capuava (Recap) de São José dos Campos e Cubatão; e os funcionários de Correios, que decretaram greve nacional por tempo indeterminado.
Aeroviários paulistas decidiram pela adesão à greve geral a partir das 5h desta sexta-feira (28). A paralisação envolve funcionários das empresas aéreas que atuam no check-in, como auxiliar de serviços gerais, mecânicos de pista, despachante de voo, entre outros cargos, do Aeroporto de Guarulhos.
As companhias Avianca, Gol e Latam informaram, em nota, que os voos poderão registrar atrasos e cancelamentos em rotas domésticas e internacionais. Os clientes poderão solicitar reembolso das passagens sem risco de multa. As empresas pedem ainda que os passageiros agilizem o procedimento de check-in pela internet, por aplicativos para smartphones ou nos totens de autoatendimento e acompanhem a situação de seus voos no site das companhias antes de ir para o aeroporto.
Trabalhadores do Porto de Santos também aprovaram em assembleia a participação na greve geral.
Rio de Janeiro
No estado e na cidade do Rio, os funcionários do metrô e os motoristas e cobradores de ônibus vão parar nas primeiras horas de sexta-feira, assim como professores das escolas públicas e particulares, policiais civis, militares, federais; servidores da Justiça Federal e da Trabalhista; radialistas; petroleiros; carteiros e aeroviários.
A Secretaria Estadual de Transportes informou que os sistemas de metrô, trens, barcas e ônibus intermunicipais funcionarão normalmente, mas que há planos de contingência. A concessionária do serviço ferroviário no estado e a MetrôRio, que administra o metrô da cidade, informaram que vão monitorar a demanda de passageiros para reforçar a operação, caso haja necessidade.
Segundo as empresas municipais de ônibus, que operam por meio da Rio ônibus, o trabalhador que não comparecer será considerado ausente e estará sujeito às punições previstas na legislação trabalhista. A concessionária do VLT Carioca informou que o Veículo Leve sobre Trilhos terá operação normal nas linhas 1 e 2 .
As secretarias estadual e municipal de Educação informaram que as escolas funcionarão normalmente. Os profissionais que faltarem terão o ponto cortado. O Colégio Federal Pedro II enviou nota informando que amanhã será ponto facultativo e que não vai descontar o dia de quem não for trabalhar.
Bahia
Pelo menos seis categorias profissionais pretendem suspender as atividades.
Os rodoviários em Salvador iniciarão a paralisação a partir da meia-noite de hoje (27. As agências bancárias estarão fechadas. Como segunda-feira (1º) é feriado, os serviços internos serão retomados a partir da terça-feira (2).
Professores das redes estadual e municipal vão aderir à greve geral. Os médicos estaduais também informaram que vão suspender os atendimentos eletivos (como consultas). Os serviços de urgência e de emergência serão mantidos.
Os petroleiros vão parar, assim como os servidores municipais, da Justiça e do Ministério Público Estadual.
A prefeitura de Salvador informou que os servidores que faltarem “sem justificativa para a ausência terão o ponto cortado” e que os funcionários que forem trabalhar poderão usar serviços de táxis sem custo, nos horários de início e fim de expediente.
No Aeroporto Internacional de Salvador, aeronautas (pilotos e comissários de voo) anunciaram adesão ao movimento, e voos poderão ser cancelados ou remarcados. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas orienta os passageiros com viagem marcada para que entrem em contato com a empresa aérea e se informem sobre possíveis cancelamentos e remarcações.
Ceará
Pelo menos 21 cidades do Ceará terão paralisações e atos nesta sexta-feira (28). Várias categorias já anunciaram adesão à greve geral, a exemplo dos profissionais da educação, da construção civil e do transporte público. Os servidores do Judiciário também informaram que participarão da greve.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social reforçará o número de policiais militares em praças, nos terminais de integração do transporte coletivo e nas principais avenidas. A Autarquia Municipal de Trânsito vai atuar na organização do fluxo de veículos nos locais onde houver manifestações.
Minas Gerais
Ao menos 14 categorias em Minas Gerais já decidiram em assembleia aderir à greve geral convocada pelas centrais sindicais.
Aderiram à greve: rodoviários, metroviários, professores das redes pública e privada, servidores públicos, profissionais da saúde, trabalhadores dos Correios, eletricitários, bancários, psicólogos, economistas, jornalistas, radialistas, petroleiros e aeroportuários, entre outros. A maior mobilização ocorrerá em Belo Horizonte, onde está previsto um ato nas ruas do centro a partir das 9h.
Os professores das escolas municipais de Belo Horizonte aprovaram uma greve de dois dias, que já começou hoje (27).
Professores e servidores da Universidade Federal de Minas Gerais também decidiram cruzar os braços, assim como os das universidades federais de Juiz de Fora, de Viçosa e de Uberlândia. Segundo o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais, docentes de mais de 30 escolas e universidades particulares da capital não irão trabalhar, entre elas, a Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais.
Bancários de diversos municípios também aprovaram a adesão, e as agências devem ficar fechadas em Juiz de Fora, Patos de Minas, Ipatinga, Uberaba, Cataguases, Divinópolis e Teófilo Otoni, além de Belo Horizonte.
No caso da saúde, algumas unidades vão funcionar com escala mínima. De acordo com o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde), é o caso do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII e dos hospitais Júlia Kubistchek e Odete Valadares.
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG) concedeu liminar à Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), determinando que 80% dos trens circulem nos horários de pico e 60% nos demais horários. O sindicato será multado em R$ 250 mil caso descumpra a decisão. O Sindicato dos Metroviários diz que a paralisação deve ser geral.
O TRT-MG declarou feriado o dia de amanhã no órgão, suspendendo as audiências e os prazos que venceriam na data, que serão prorrogados para o primeiro dia útil seguinte. Segundo o TRT, a medida deve-se à “expectativa de ocorrência de manifestações sociais de grandes proporções e à necessidade de preservar a segurança dos magistrados, advogados, servidores, estagiários e jurisdicionados”.
A BH Airport, concessionária do Aeroporto Internacional de Confins, informou que os serviços serão oferecidos normalmente, mas recomenda que os passageiros informem-se previamente com as companhias aéreas sobre a situação de seus voos.
Pernambuco
Policiais civis, federais, rodoviários federais, agentes penitenciários e guardas municipais do Recife e dos municípios de Camaragibe e Ipojuca, região metropolitana do Recife aderiram à greve geral.
No setor público, vão parar servidores da Assembleia Legislativa e do Ministério Público de Pernambuco, professores e servidores da Universidade de Pernambuco e auditores fiscais da Secretaria da Fazenda do estado.
Professores e profissionais das redes estadual, municipal e privada de educação de todo o estado também aderiram ao movimento.
O Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais em Saúde e Previdência Social em Pernambucopediu que os cidadãos com agendamento para amanhã (27) liguem para o número 135 e remarquem a data.
Houve adesão também de metalúrgicos, petroleiros, químicos, indústria naval, construção pesada, bancários e comerciários. Segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), categorias como psicólogos, farmacêuticos, odontologistas, porteiros, técnicos de enfermagem, enfermeiros e condutores de ambulância aprovaram, em assembleia, a greve.
Quanto ao funcionamento dos ônibus e do metrô, a desembargadora Gisane Barbosa de Araújo, do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT), determinou que 50% da frota circule nos horários de pico e 30% nos demais períodos. Foi estabelecida multa de R$ 100 mil caso haja descumprimento. O Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco informou que a paralisação está mantida.
Distrito Federal
Pelo menos 21 sindicatos que representam trabalhadores de diversas categorias aprovaram, em assembleia, apoio à greve geral no Distrito Federal (DF). De acordo com a CUT-DF, cruzarão os braços contra as reformas trabalhista e da Previdência propostas pelo governo federal os rodoviários, metroviários, aeronautas, bancários, professores da rede pública e privada, servidores administrativos do governo do Distrito Federal e do Departamento de Trânsito (Detran), além de técnicos e professores da Universidade de Brasília (UnB).
Segundo a CUT-DF, também vão aderir à greve geral vigilantes, trabalhadores do setor de hotéis, bares e restaurantes, servidores da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), da Companhia Energética de Brasília (CEB), do Ministério Público da União e das cidades do Entorno do DF, como Formosa, Águas Lindas e Valparaíso, além dos trabalhadores do ramo financeiro, como os de transporte de valores.
O presidente da CUT-DF, Rodrigo Britto, disse à Agência Brasil que não foram marcados atos em virtude da paralisação dos transportes públicos, mas que sindicatos devem promover manifestações isoladas para reunir os trabalhadores.
“A expectativa [é] positiva, uma vez que a CUT tem quase 330 mil trabalhadores sindicalizados no DF e nos municípios do Entorno, e a maioria das nossas entidades filiadas convocou assembleia e aprovou a participação na greve. [O movimento] ainda será reforçado com a paralisação de setores estratégicos, como transporte coletivo, bancos, segurança privada, educação”, disse Britto.
*Colaboraram Ludmilla Souza, em São Paulo; Flávia Villela, no Rio de Janeiro; Sayonara Moreno, em Salvador; Edwirges Nogueira, em Fortaleza; Leó Rodrigues, em Belo Horizonte; Sumaia Villela, no Recife; e Ivan Richard Marques Esposito, em Brasília.
Texto ampliado às 19h40
Agência Brasil