A população brasileira conta com uma aliada para melhorar a qualidade de vida de crianças e adolescentes: a acupuntura. A técnica foi criada há mais de 3 mil anos na China e desde 1995, é reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). E está disponível para os cidadãos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pelos planos de saúde.
Os tratamentos são indicados para as mais diversas doenças, como asma, cólica, cefaleia, dores no sistema músculo-esquelético, hiperatividade, problemas gastrointestinais, depressão, ansiedade, entre outras.
Outra possibilidade de tratamento é a puericultura. Essa modalidade trabalha na prevenção, para não deixar que a criança saudável adoeça. Nesse caso, é necessário procurar o médico para prevenir, tentando mudar a cultura de procurar o médico só quando se está doente.
A acupuntura não trata apenas a doença, considera-se a criança como um ser completo, atuando nos sintomas diretos e indiretos. Dessa forma, além de melhora no comportamento, também influencia o emocional. Com isso diminui a incidência de crises crônicas de determinadas doenças. Os males emocionais também são tratados como uma doença, por isso o indivíduo é considerado como um todo. E inclui a percepção do ambiente em que a criança vive e os fatores sociais e comportamentais da família.
Além de agir de forma preventiva, a acupuntura apresenta excelentes resultados quando a criança já está adoecida. Isso acontece principalmente no caso de enfermidades crônicas, dores, problemas gastrointestinais e emocionais. A técnica também pode ajudar a tranquilizar a criança, melhorar o sono e até as cólicas que incomodam tanto os bebês nos primeiros meses de vida.
Segundo a acupunturista e pediatra Marcia Lika Yamamura, a terapia tem mostrado bons resultados também nos casos de doenças de pele, como vitiligo.
Durante o atendimento, esses fatores psíquicos, emocionais, sociais e ambientais são observados e fazem parte da análise histórica do paciente. São identificados os possíveis fatores do adoecimento segundo os preceitos da acupuntura. Depois disso é decidido o tratamento mais indicado.
Mãe e filho
O papel da mãe também é trabalhado e resgatado, procura-se restabelecer o vínculo mãe-filho. O atendimento pediátrico busca olhar a relação “mãe e filho” e o universo familiar em que a criança está inserida. A família recebe orientações no âmbito alimentar, hábitos de vida, comportamentais e até com noções para massagear determinados pontos da criança. Tudo isso auxilia no tratamento de forma direta.
No caso da oncologia pediátrica, a acupuntura auxilia no combate aos efeitos desconfortáveis da quimioterapia e na diminuição da dor. Sendo assim, melhorando a qualidade de vida dos pequenos pacientes.
A especialista enfatiza que a prática da acupuntura só pode ser feita por profissionais da medicina. A aplicação da acupuntura por qualquer outro profissional é ilegal e pode causar sérios danos à saúde do paciente.
No caso da acupuntura pediátrica é importante que, além de acupunturista, o profissional seja também pediatra.
Portal Correio