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quarta-feira, 24 abril 2024
                             

TROCAR DE MÉDICO

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Sebastião Gerbase
Sebastião Gerbase
Sebastião Gerbase Teixeira da Silva, conhecido carinhosamente como Basinho. Exerceu os cargos de Fiscal de Mercadorias em Trânsito, Fiscal de Estabelecimentos (hoje Auditor Fiscal), Conselheiro da AFRAFEP e coletor de importantes coletorias, a exemplo de Santa Rita, Cabedelo, Pilar e Mamanguape (duas vezes), onde se aposentou proporcionalmente. Formado em Direito desde 1.985, Basinho é aquele grande amigo, “riotinguapense” (se considera de Rio Tinto e Mamanguape), que gosta muito de escrever e irá apresentar, neste Portal PBVALE, colunas sobre assuntos interessantes para toda comunidade.

Ingressar na universidade aos trinta anos, já casado e pai de dois filhos, ainda mais para enfrentar um curso que, em tese, não era o dos meus sonhos, é de se considerar um ato de bravura – modéstia à parte.

Fui aprovado no exame supletivo (em duas etapas), sem direito a cursinho, e na sequência saí vitorioso no vestibular para o curso de Direito.

A festa de formatura representou para mim, tão somente, o coroamento de uma longa e difícil batalha; euforia mesmo, só na confraternização com os companheiros e familiares. Nunca usei nem me dispus a comprar um anel de formatura.

O exercício da labuta forense eu só vim experimentar dezessete anos depois, quando da minha aposentadoria nas funções de coletor estadual.

Devidamente inscrito na OAB, peticionei algumas vezes, com sucesso, porém, não cheguei a tomar gosto pela nova função. Não senti nessa atividade o entusiasmo profissional da realização.

É certo que ao terminar o curso eu já me encontrava estabilizado financeiramente, via concurso público, exercendo as funções de Agente Fiscal da Fazenda Estadual (hoje Auditor Fiscal).

Talvez por isso, o meu desânimo em exercer a sublime missão de advogar, mesmo concordando com as palavras do ex-ministro José Américo de Almeida, quando sentenciou que “o advogado é o técnico das ideias gerais”.

A outra hipótese (e nessa eu aposto) é a de que, em termos de realização, o que eu queria mesmo na vida era ser médico; de preferência cirurgião.

– Chegar apressadamente ao hospital, com ar de preocupado em salvar vidas, impecavelmente bem vestido naquele uniforme branco, estetoscópio ao pescoço, e na mão aquela maleta bem característica…! Posso até estar equivocado, mas, sempre achei, mesmo, que eu seria um bom médico… Daqueles do INPS.

Naquele tempo o avanço da tecnologia era lento. O médico se ligava diretamente ao paciente, e não ao computador, e a maioria com dedicação sacerdotal.

Naquele tempo não se usava a medicina como “trampolim” para a opulência na escala de hoje.

No ambiente médico daquela época, o envolvimento com máfia, com crime organizado ou com outros escândalos capazes de enegrecer a imagem do homem público, como, por exemplo, a falta de ética profissional, não eram práticas tão comuns.

Naquele tempo não se trocava de médico como quem troca de roupa. Aliás, no meu modesto entender, a expressão: “não se troca de médico como quem troca de roupa”, está ultrapassada, por culpa dos próprios médicos, (felizmente a minoria), pois, nesses tempos modernos, de vez em quando é preciso trocar de médico. 

Por Sebastião Gervase (Basinho)

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